GOVERNO LULA

Efeito Lula: Brasil registra menor índice de pobreza e miséria da série histórica do IBGE

No primeiro ano do governo Lula, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza e 3,1 milhões da extrema pobreza, resultando no menor contingente desde 2012, quando o IBGE iniciou os estudos

Lula em reunião no Palácio do Planalto.Créditos: Ricardo Stuckert / PR
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Dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que em 2023, primeiro ano do governo Lula, o Brasil atingiu o menor índice de pobreza e miséria da série história do levantamento, iniciado em 2012.

Segundo o estudo, de 2022 a 2023, o percentual da população do país abaixo da linha de pobreza adotada pelo Banco Mundial (US$ 6,85 por pessoa por dia ou R$ 665 por mês) caiu de 31,6% para 27,4% - a menor proporção desde 2012.

No primeiro ano do terceiro mandato de Lula, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59,0 milhões, seu menor contingente desde 2012. 

No mesmo período, a proporção da população na extrema pobreza (US$ 2,15 por pessoa por dia ou R$ 209 por mês) recuou de 5,9% para 4,4%, o menor percentual desde 2012. Pela primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5,0%.

O IBGE revela ainda que cerca de 3,1 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza, no país. A população na extrema pobreza recuou de 12,6 milhões para 9,5 milhões, menor contingente desde 2012.

Caso não existissem os programas sociais implementados pelo governo federal, a proporção de pessoas na extrema pobreza em 2023 teria subido de 4,4% para 11,2%. Já a proporção da população na pobreza teria subido de 27,4% para 32,4%.

Freio na desigualdade

Segundo o IBGE, em 2023 o índice de Gini (0,518) manteve o mesmo valor de 2022, indicando que não houve redução na desigualdade de rendimento frente ao ano anterior.

"Por atuarem mais na base da estrutura de rendimentos, os efeitos dos benefícios de programas sociais impediram que o Gini aumentasse, pois sem esses benefícios, o Gini teria passado de 0,518 para 0,555", explica André Simões, que integra a equipe responsável pela Síntese de Indicadores Sociais (SIS).

No Brasil, em 2023, a renda total apropriada pelos 10% com os maiores rendimentos foi 3,6 vezes maior do que a renda dos 40% com os menores rendimentos. Não houve variação frente a 2022, em consonância com os resultados do Índice de Gini.

Emprego

Os dados mostram ainda que entre as pessoas que trabalham menos de 1% foram consideradas extremamente pobres em 2023, enquanto entre os desocupados essa proporção chegou a 14,6%. Da mesma forma, a proporção de pessoas ocupadas pobres (14,2%) foi bem inferior à dos desocupados pobres (54,9%).

"Esses indicadores mostram que há pobreza entre a população ocupada, provavelmente relacionada à vulnerabilidade social de alguns segmentos do mercado de trabalho. No entanto, a pobreza e a extrema pobreza entre os trabalhadores são menos intensas do que na população desocupada”, diz Simões.

Os projetos sociais atingem, sobretudo, as pessoas que moram na zona rural - esse índice subiu de 25,8% para 27,9% no período analisado.

Em 2023, cerca de 51% das pessoas em áreas rurais viviam em domicílios beneficiados por programas sociais. Em áreas urbanas, essa proporção era de 24,5%.

Jovens nem-nem atingem menor índice

Em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados - os chamados "nem-nem" - atingiu o menor número (10,3 milhões) e a menor taxa (21,2%) desde o início da série, em 2012.

"Esta redução se deve à melhora do mercado de trabalho, ao aumento no número de jovens que estudavam e estavam ocupados e também às mudanças demográficas que levam a uma gradual diminuição da população mais jovem no país”, diz Denise Guichard, analista do IBGE.

Quanto menor a faixa de rendimento, maior a proporção de jovens de 15 a 29 anos fora do sistema de ensino e sem trabalho. Em 2023, cerca de 21,2% dos jovens não estudavam nem estava trabalhando. No entanto, entre os 10% dos domicílios do país com os maiores rendimentos, 6,6% dos jovens estavam nessa condição, enquanto nos 10% dos domicílios com os menores rendimento, 49,3% dos jovens (praticamente a metade) não estudavam e não estavam ocupados.

Entre 10,3 milhões de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam nem estavam ocupados no Brasil em 2023, as desigualdades de gênero e de cor ou raça persistem: as mulheres pretas ou pardas eram 4,6 milhões (ou 45,2% do total de jovens que não estudavam nem estavam trabalhando), enquanto as mulheres brancas eram 1,9 milhão (ou 18,9%). Já os homens pretos ou pardos eram 2,4 milhões (23,4%) e os homens brancos, 1,2 milhão (11,3%).

A quantidade de jovens que não estudavam nem estavam trabalhando recuou 4,9% entre 2022 e 2023. No entanto, as maiores reduções no período foram entre as mulheres brancas (11,9%) e entre os homens pretos ou pardos (9,3%). Para os homens brancos o recuo foi menos expressivo (6,5%) e as mulheres de cor ou raça preta ou parda apresentaram a menor redução do período (1,6%).

 

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