O vídeo publicado pela Marinha do Brasil em comemoração ao Dia do Marinheiro, celebrado em 13 de dezembro, gerou polêmica e incômodo dentro do Palácio do Planalto. A peça, que traz uma mensagem interpretada como uma crítica velada à sociedade e ao governo, foi considerada um absurdo por integrantes do núcleo central do governo. A coluna ouviu ministros e assessores próximos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, e todos reforçaram a insatisfação com o teor do vídeo, classificando-o como inadequado e desrespeitoso.
A mensagem foi vista como uma tentativa de confrontar diretamente o governo e a sociedade, gerando uma repercussão negativa nas redes sociais e entre especialistas. Apesar disso, a peça foi aprovada pela cúpula militar e, segundo fontes ouvidas pela coluna, contou com o aval do Ministério da Defesa, comandado por José Múcio Monteiro.
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Apoio a Múcio e estabilidade na Defesa
Uma fonte próxima ao presidente reforçou que, apesar do incômodo gerado pelo vídeo, não há previsão de que José Múcio deixe o governo, nem mesmo em uma eventual reforma ministerial. Segundo essa fonte, Múcio tem desempenhado exatamente o papel que lhe foi demandado pelo presidente Lula, e seu trabalho é chancelado diretamente pelo chefe do Executivo.
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As críticas direcionadas ao ministro, que frequentemente contrariam expectativas de membros do governo e do Partido dos Trabalhadores (PT), são tratadas no Planalto como parte do contexto de equilíbrio necessário para administrar tensões internas entre o governo e as Forças Armadas. "Ele não é um traidor ou uma 'quinta coluna' dentro do governo. Está cumprindo o que lhe foi pedido, ainda que, em algumas ocasiões, isso desagrade a aliados mais próximos", disse a fonte.
Reações no governo e desafios à frente
O vídeo expôs, mais uma vez, as dificuldades do governo Lula em gerenciar a comunicação e o alinhamento com as Forças Armadas. Apesar de sua permanência estar assegurada, Múcio segue como um ponto de tensão dentro do governo. A postura do ministro tem gerado desconforto em setores do PT, mas ele permanece como uma peça fundamental na estratégia de contenção de crises envolvendo militares.
A abordagem unânime dos membros do Palácio do Planalto sobre o conteúdo do vídeo não deixa dúvidas sobre o grau de incômodo que a peça causou no núcleo central do governo. No entanto, o episódio reforça que o Ministério da Defesa segue com carta branca para atuar em linha com a visão do presidente, mesmo quando isso gera atritos internos.