Em meio ao novo embate travado por Arthur Lira (PP-AL) com o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), em torno das emendas parlamentares, Lula se reuniu na tarde desta sexta-feira (27) com Hugo Motta (Republicanos-PB), que já obteve o apoio de mais de 480 dos 513 deputados para suceder o alagoano na Presidência da Câmara.
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Candidato de Lira, Motta é tido como uma pessoa mais maleável e o encontro amistoso na Granja do Torto, onde Lula passará o fim de ano, se deu como uma forma de aproximação do governo com o futuro presidente da Câmara, principal ponto nevrálgico na relação entre os poderes.
No fim da noite, Motta publicou um stories em seu Instagram dentro de um avião retornando ao estado Natal após o encontro com Lula.
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"Sensação de dever cumprido com o trabalho em favor dos paraibanos e paraibanas", escreveu.
Participaram do encontro o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), e o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, um dos principais alvos de ataques de Lira no governo.
Mesmo como candidato de Lira e com um passado golpista ao lado de Eduardo Cunha, seu tutor na Câmara, Motta conseguiu cooptar um amplo leque de apoios, que vai do PT ao PL de Jair Bolsonaro, para disputar a presidência da Câmara na volta do recesso, em fevereiro.
O governo acredita que com o paraibano no comando haverá um distensionamento na relação com a Câmara nos últimos dois anos - essenciais para a tentativa de reeleição de Lula em 2026.
No entanto, Lira pretende continuar dando as cartas em razão do acordo de bastidores com Motta, que teria se comprometido, entre outros, a colocar em pauta o projeto de anistia no acordo feito com a bancada bolsonarista.
Na negociação com o PT, Motta prometeu indicar um membro da bancada petista para o Tribunal de Contas da União (TCU).
No entanto, o paraibano não conta com total confiança na seara governista - e por isso Lula tenta a aproximação. Tanto que ganhou o apelido nos bastidores de “Hugo Marmotta”, uma referência à percepção de que suas promessas podem acabar soando como ilusões.
Técnicos e articuladores governamentais temem que Motta esteja prometendo além do que poderá cumprir, principalmente no que se refere ao compromisso com a bancada petista de indicar um nome do partido para o Tribunal de Contas da União (TCU).
