A cantora Daniela Mercury surpreendeu nesta quinta-feira (19) ao se manifestar sobre o ataque especulativo que o mercado financeiro vem promovendo contra a economia brasileira e que fez o dólar disparar.
Em publicação no X, o antigo Twitter, a artista, conhecida por seu engajamento político, relacionou a crise cambial provocada por investidores à tentativa de golpe de Estado deflagrada no Brasil entre o final de 2022 e início de 2023.
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"Me parece que quem não conseguiu dar o golpe de Estado está tentando destruir nossa democracia atacando nossa economia. Quem domina a comunicação domina o mundo. Quem será que quer nos subordinar aos seus desejos autoritários ? E o que podemos fazer para defender o Brasil?", escreveu Daniela.
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Nesta quinta-feira (19), o Banco Central elevou a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 para 3,5%. No relatório anterior da instituição, a projeção de crescimento para este ano era de 3,2%. A revisão do crescimento mostra que economia do país vai bem, mas investidores vêm insistindo na tese de "problema fiscal" para boicotar o governo, provocando uma crise cambial severa. Nesta quarta-feira (18), o dólar comercial chegou a bater R$ 6,20, a maior cotação da história.
Governo Lula aciona PF contra ataque especulativo
Na noite desta quarta-feira (18), a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou ofícios à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pedindo a abertura de investigações policiais e administrativas para apurar eventuais crimes relacionados ao mercado de capitais.
Conforme destaca a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), a propagação de boatos comprometeu a efetividade da política de estabilização cambial, expondo os graves impactos dessas práticas.
“Há uma clara relação entre a cotação de moedas estrangeiras, como o dólar, e os preços dos valores mobiliários negociados em bolsas de valores. O aumento recente no valor da moeda americana foi acompanhado por uma redução nos volumes transacionados no mercado de capitais”, destaca um trecho do documento enviado pela AGU.
A entidade também apontou que tais condutas podem configurar crimes contra o mercado de capitais, de acordo com o artigo 27-C da Lei 6.385/76.
Como começou a fake news
A ação foi desencadeada pela disseminação de informações falsas em uma rede social sobre a política monetária, o Banco Central (Bacen) e seu futuro presidente, Gabriel Galípolo. A PNDD tomou a iniciativa após um pedido da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR).
Uma postagem específica no Twitter ganhou grande repercussão: “URGENTE – Gabriel Galípolo, próximo presidente do BC, considera a alta do dólar artificial e não demonstra preocupação. ‘A meta é fazer a moeda estadunidense retornar aos R$ 5,00 ainda em 2025’, declarou Galípolo”. A mensagem foi amplamente compartilhada por influenciadores antes que a conta responsável fosse deletada ainda na noite de quarta-feira.
De acordo com nota divulgada pela AGU, o Banco Central prontamente desmentiu as alegações, mas a disseminação do conteúdo teve um impacto considerável no mercado financeiro, afetando diretamente a cotação do dólar e gerando reações em páginas especializadas em economia.
Agora, caberá à Polícia Federal e à CVM conduzir as apurações para determinar a origem dos boatos e apurar eventuais responsabilizações criminais e administrativas. A AGU reafirma o compromisso em proteger o funcionamento do mercado financeiro e a estabilidade econômica do país.