ECONOMIA

AGU quer PF na rua para combater fake news que iniciaram ataque especulativo do dólar

Governo Lula solicitou que autoridades investiguem manipulação do mercado financeiro a partir da desinformação nas redes

Gabriel Gallipolo foi alvo de fake newsCréditos: Agência Brasil
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Na noite desta quarta-feira (18), a Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou ofícios à Polícia Federal e à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pedindo a abertura de investigações policiais e administrativas para apurar eventuais crimes relacionados ao mercado de capitais.

Conforme destaca a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), a propagação de boatos comprometeu a efetividade da política de estabilização cambial, expondo os graves impactos dessas práticas.

“Há uma clara relação entre a cotação de moedas estrangeiras, como o dólar, e os preços dos valores mobiliários negociados em bolsas de valores. O aumento recente no valor da moeda americana foi acompanhado por uma redução nos volumes transacionados no mercado de capitais”, destaca um trecho do documento enviado pela AGU.

A entidade também apontou que tais condutas podem configurar crimes contra o mercado de capitais, de acordo com o artigo 27-C da Lei 6.385/76.

Como começou a fake news 

A ação foi desencadeada pela disseminação de informações falsas em uma rede social sobre a política monetária, o Banco Central (Bacen) e seu futuro presidente, Gabriel Galípolo. A PNDD tomou a iniciativa após um pedido da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom/PR).

Uma postagem específica no Twitter ganhou grande repercussão: “URGENTE – Gabriel Galípolo, próximo presidente do BC, considera a alta do dólar artificial e não demonstra preocupação. ‘A meta é fazer a moeda estadunidense retornar aos R$ 5,00 ainda em 2025’, declarou Galípolo”. A mensagem foi amplamente compartilhada por influenciadores antes que a conta responsável fosse deletada ainda na noite de quarta-feira.

De acordo com nota divulgada pela AGU, o Banco Central prontamente desmentiu as alegações, mas a disseminação do conteúdo teve um impacto considerável no mercado financeiro, afetando diretamente a cotação do dólar e gerando reações em páginas especializadas em economia.

Agora, caberá à Polícia Federal e à CVM conduzir as apurações para determinar a origem dos boatos e apurar eventuais responsabilizações criminais e administrativas. A AGU reafirma o compromisso em proteger o funcionamento do mercado financeiro e a estabilidade econômica do país.

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