Com bom trânsito no Supremo Tribunal Federal (STF) e uma lista de clientes que inclui nomes como Zé Dirceu, Léo Pinheiro - da OAS, pivô do "Triplex do Lula" - e Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa denunciado por assédio, o advogado José Luis Oliveira Lima teve o primeiro encontro com seu novo assessorado, general Walter Braga Netto, nesta quarta-feira (18) no Comando Militar Leste, onde o ex-ministro e candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022 está preso.
Juca, como é conhecido, mudou a linha de defesa desenhada pelo antecessor, o advogado Luis Prata, e negou que haja quaisquer possibilidades de Braga Netto firmar um acordo de delação premiada, sinalizando que firmará a nova tese na "inocência" do militar.
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"Registro que não há a menor hipótese de fazer um acordo de colaboração premiada”, disse o advogado primeiramente a'O Globo e depois ao Estadão. "O general não praticou crime algum, portanto não fará colaboração".
Indagado se implicaria Bolsonaro, já que há um racha entre a defesa do ex-presidente, que culpa os militares de alta patente, Juca retomou a tese da "inocência" do militar.
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"O general não pode implicar ninguém, não participou de nenhum ato ilícito", rebateu.
Indagado sobre a participação do general nas reuniões para planejamento do golpe, o advogado respondeu sinalizando a nova narrativa que tentará impor para defender Braga Netto.
Segundo Juca, "o general Braga Netto é um democrata, não participou de nenhuma reunião golpista".
Assassinato de Lula
A nova estratégia passa por desacreditar Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que segundo o advogado é “um delator com credibilidade zero”.
A nova tese, no entanto, deve se apoiar em parte da delação do tenente-coronel para criar uma narrativa surreal sobre Braga Netto ter sido o anfitrião da facção homicida para planejar os assassinatos de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o advogado, o encontro na casa de Braga Netto se deu apenas para que o general tirasse uma foto com o coronel Raphael Oliveira, kid preto que também foi preso pelo plano de homicídios.
Cid chega a citar a foto dos dois militares, mas segue dizendo que na sequência foi tramado o planejamento para o assassinato e que Braga Netto entregou dinheiro para financiar os golpistas em uma caixa de vinho.
"É uma mentira essa acusação, o general nunca entregou dinheiro para financiar qualquer tipo de plano. É no mínimo curioso, para ser gentil, que oito meses depois, o colaborador, que já mudou de versão várias vezes, agora traga essa fantasiosa versão", diz Juca, atacando novamente Mauro Cid.