O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), foi o entrevistado da última edição do programa “Canal Livre”, no domingo (16), na Bandeirantes. Durante a conversa, Freitas falou sobre uma série de temas, entre eles os motivos da derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2022.
Para Tarcísio de Freitas, Bolsonaro errou nas críticas às vacinas de proteção à Covid. "Alguns motivos levaram a isso [derrota na eleição em 2022]: o discurso sobre vacina foi ruim, apesar de ter comprado vacina pra todo mundo. 600 milhões de doses foram adquiridas... as pessoas chegaram em determinado ponto em que elas escolhiam o tipo de vacina que elas iam tomar”, disse.
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Em seguida, o governador de São Paulo também citou as brigas do ex-presidente com as instituições. "Esse estressamento com as instituições. Talvez, se não tivesse isso, teria um caminho pavimentado [para a reeleição]. Havia muito resultado. Houve uma quantidade brutal de reformas aprovadas”, concluiu.
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Tarcísio passa pano para Bolsonaro e diz que golpe foi obra de "2 ou 3 caras"
Demonstrando claros sinais de constrangimento, o governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), passou pano para Jair Bolsonaro (PL) sobre a tentativa de golpe após a prisão do general Walter Braga Netto, candidato a vice na chapa do ex-presidente, que estaria obstruindo as investigações.
Sem se pronunciar sobre a prisão do colega de ministério no ex-governo, Tarcísio fez vista grossa para o montante de provas colhidas pela Polícia Federal (PF) - incluindo declarações em reuniões ministeriais em que ele esteve presente - e afirmou que o plano golpista foi obra de "2 ou 3 caras". Até o momento, a PF já indiciou 40 pessoas na organização criminosa golpista.
"Eu não vi nenhum elemento que implique Bolsonaro no planejamento, articulação ou liderança de uma trama golpista. Então, não tem nada que relacione Bolsonaro ao que 2 ou 3 caras pensaram e que, do ponto de vista de Forças Armadas, não eram ninguém para pensar em nada - e o que foi pensado é altamente reprovável, desarrazoado. E eu não vejo nada que implique Bolsonaro com essas pessoas", afirmou.
Ainda em defesa do ex-presidente, o governador paulista disse que, enquanto ministro, "nunca vi o presidente para mim falar qualquer coisa nesse sentido".
Sob flerte da mídia liberal e do sistema financeiro para encampar a candidatura da terceira via à Presidência, Tarcísio tentou desviar da pergunta sobre o tema e apontou Bolsonaro, inelegível até 2030 e alvo de iminente prisão, como candidato da ultradireita na disputa contra Lula em 2026.
"Eu não vejo motivos para a inelegibilidade do Bolsonaro, então para mim o candidato é ele. Se não for, será quem ele indicar. Para mim, a coisa é muito simples, a unção de Bolsonaro... Bolsonaro nessa questão será fundamental e é o que vai garantir consistência para esse grupo e fazer com que se chegue a uma vitória", afirmou.
"A situação está difícil, mas quantas vezes já vimos situações sendo revertidas. Ele continua sendo um grande ator da direita e vai ser em 26, independentemente de qualquer coisa", emendou.
Sobre a articulação de sua candidatura à Presidência, costurada por Gilberto Kassab, presidente do PSD e seu assessor especial no governo paulista, Tarcísio desconversou.
"Eu converso até pouco [com Kassab sobre o tema]. Mas, eu converso com todo mundo, com o [governador de Goiás e presidenciável declarado, Ronaldo] Caiado, [o governador do Paraná] Ratinho, Bolsonaro. E, de certa forma, você não vê ninguém - obviamente Caiado tem uma posição diferente por circunstâncias dele -, mas não tem ninguém que diz que tem que ser eu", desviou Tarcísio.