As movimentações em torno do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para ocupar um cargo na Esplanada dos Ministérios seguem gerando especulações nos bastidores de Brasília. Entre os cenários discutidos, ganha força a possibilidade de Pacheco assumir o Ministério da Justiça, enquanto Ricardo Lewandowski seria deslocado para o Ministério da Defesa, substituindo José Múcio.
No Senado, alguns interlocutores do senador não negam que a ideia de Pacheco sair da presidência da Casa para um ministério seria interessante, dada sua habilidade política. Fontes próximas ao senador também afirmam que ele não rejeitaria um convite do governo federal para compor a Esplanada.
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Comemorações e resistências na bancada petista
Parte da bancada petista recebeu com entusiasmo os rumores sobre a saída de José Múcio da Defesa e a possível ida de Pacheco para o Ministério da Justiça. Múcio, que não é bem visto entre os parlamentares do PT, tem enfrentado críticas internas por ser considerado excessivamente alinhado às Forças Armadas. “A melhor coisa dessa história toda é ele [Lewandowski] ir pra Defesa e tirar o Múcio, digno de estourar champagne”, foi um dos comentários feitos por membros da bancada.
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Para alguns, a saída de Múcio seria motivo de celebração, enquanto a entrada de Pacheco seria vista como um movimento positivo, sobretudo por sua habilidade em dialogar com o Congresso e atender às demandas parlamentares. Há insatisfação com Lewandowski na Justiça, especialmente entre os próprios petistas, que reclamam de sua pouca receptividade com parlamentares e de sua dificuldade em estabelecer pontes com o Congresso Nacional. Essas queixas aumentam a pressão por mudanças no Ministério.
Avaliação do Planalto sobre Pacheco e Múcio
Apesar das especulações, fontes no Palácio do Planalto reforçam que não há nenhuma movimentação concreta para a saída de José Múcio. Pelo contrário, Lula estaria mais do que satisfeito com o trabalho do ministro à frente da Defesa, considerando-o um dos mais leais e disciplinados ao seguir as diretrizes da Presidência. Múcio, inclusive, é visto como peça-chave na interlocução com as Forças Armadas, o que, segundo o Planalto, garante estabilidade em um momento delicado.
Já em relação a Pacheco, o governo mantém um plano estratégico de longo prazo. Para o Planalto, seria mais interessante que o senador se mantivesse focado na disputa pelo governo de Minas Gerais em 2026 ou na renovação de seu mandato no Senado, fortalecendo o palanque de Lula no estado. Minas Gerais, essencial para qualquer disputa presidencial, carece de nomes fortes no Partido dos Trabalhadores, o que torna Pacheco uma figura importante nesse xadrez político.
O dilema da reforma ministerial
Outro ponto que contraria as especulações é a política do governo federal de evitar nomear para a Esplanada figuras que eventualmente deixariam o cargo para disputar eleições. A reforma ministerial planejada para 2026 tem como objetivo justamente liberar ministros para concorrer a cargos eletivos, evitando trocas posteriores que possam causar instabilidade administrativa.
Embora os rumores sobre Pacheco no Ministério da Justiça continuem a circular, o cenário real aponta para uma estratégia mais conservadora por parte do Planalto. Fica também a dúvida: quem estaria “mirando” em Pacheco visando “acertar” Múcio?