Nos últimos dias, foram registrados mais de 29 milhões de votos antecipados, colhidos em 47 estados — além do Distrito de Columbia —, para as eleições dos Estados Unidos, que ocorrem amanhã (5/10).
Os dados obtidos pela Edison Research e Catalist mostraram que, até o momento da análise, os republicanos (que votam em Trump) haviam emitido 32% dos votos antecipados, enquanto os democratas correspondiam a 42%.
Te podría interesar
É importante notar, no entanto, que os números representados pelos votos antecipados não são uma amostra inteiramente confiável do total, porque só mostram os votos daquela parcela da população interessada em votar antes desta terça — quando a eleição deve ser, de fato, decidida.
No Michigan, um dos estados decisivos para a eleição (que concentra 15 dos 538 delegados do Colégio Eleitoral norte-americano), Kamala Harris já contava com a maioria das intenções de voto: são 48% para a democrata contra 46% do republicano.
Te podría interesar
Em Winsconsin, as estatísticas também indicam um empate técnico: são 48% de votos para Harris e 47% para Trump.
Uma pesquisa divulgada em Iowa e noticiada pela CNN mostrou o que deve ser de extrema importância para a decisão dos resultados desta eleição — o fator que pode impulsionar Harris e dar a ela a vitória em 2024 está no voto de dois grupos eleitorais específicos, separados por recortes de gênero e raça.
Voto feminino
Em Iowa, a vantagem de Kamala Harris se concentrou no voto feminino, que foi majoritário para a candidata. Essa "lacuna" também foi vista em outros estados, de acordo com Sara Sadhwani, professora assistente de política no Pomona College ouvida pela CNN.
Esse recorte ainda contou com um outro critério: o nível de escolaridade. Pessoas do gênero feminino com diplomas universitários tendem a apoiar a candidata à presidência, diz Sadhwani, e homens e mulheres com menores níveis de educação estão mais inclinados a votar em Trump.
Um outro recorte interessante, embora menos confiável, é o da idade: há uma tendência escolhida por pessoas mais jovens, especialmente os muito jovens, em favor de Donald Trump. Mas eles nem sempre comparecem à votação, o que torna essa demografia menos estimável.
Voto de grupos racializados
Além das mulheres de alta escolaridade, dois outros grupos do eleitorado podem ser decisivos para o resultado deste ano: trata-se da comunidade de imigrantes (e pessoas nascidas nos EUA em famílias de imigrantes), e do eleitorado composto por pessoas de cor.
Na Pensilvânia, por exemplo, cerca de cem mil eleitores são indianos-americanos, e esses se somam a uma extensa comunidade de porto-riquenhos americanos inclinados a apoiar Harris — principalmente após a piada racista feita por Tony Hinchcliffe durante um comício recente do ex-presidente, em que o comediante chamou Porto Rico de "ilha flutuante de lixo".
No entanto, os eleitores hispânicos apresentam uma tendência contrária à avistada entre os demais grupos de imigrantes: eles tendem a favorecer Trump como candidato (são 49% contra 38% em favor de Harris). Foi o que mostrou uma pesquisa do USA Today.
Entre o eleitorado negro, a diferença é, por outro lado, muito maior, e pesa para o lado de Kamala Harris: a candidata tem 72% das intenções de voto desse eleitorado, contra apenas 17% do ex-presidente.
Em 2020, vale lembrar, Biden teve 90% do voto negro.