URNAS ELETRÔNICAS

Juiz Sandro Nunes Vieira é citado no relatório por “atuação ilegal e clandestina”

Ele é ex-juiz do TSE e foi acusado de ajudar Valdemar Costa Neto a elaborar relatório contra urnas eletrônicas em plano de golpe

A urna eletrônica.Créditos: Antonio Augusto / TSE
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O juiz federal e ex-juiz do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Sandro Nunes Vieira, aparece no relatório final da Polícia Federal (PF) em mensagens extraídas do celular de Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 Segundo as mensagens, Sandro teria atuado "de forma ilegal e clandestina" no assessoramento ao Partido Liberal (PL) na representação eleitoral contra as urnas. Ele aparece como um dos envolvidos no documento do Instituto Voto Legal com ataques às urnas eletrônicas, que foi usado em representação do partido contra o sistema eleitoral.

Além disso, Vieria – que não aparece na lista dos 37 indiciados no inquérito – teria tentado ocultar sua participação no caso. Mensagem encontrada no celular de Marcelo Câmara mostra um pedido dele a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para que seu nome não fosse citado como colaborador do documento usado para atacar as urnas.

A mensagem foi enviada logo após Costa Neto mencionar o magistrado em uma entrevista em novembro de 2022. Na época, Vieira enviou uma nota à imprensa:

"No dia 19.11.2022 fui informado pela equipe de comunicação do TSE que meu nome havia sido citado pelo Presidente do Partido Liberal, Sr. Valdemar Costa Neto, no contexto de que teria falado comigo sobre eventuais irregularidades nas urnas eletrônicas. (...) Sobre o tema, venho esclarecer que nunca tive contato pessoal com o Presidente do Partido Liberal. Como juiz, não emito opiniões públicas ou juízos de valor sobre processos de conotação política."

Quem é Sandro Nunes Vieira

O juiz federal Sandro Nunes Vieira é vinculado ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Ele atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 2019 e agosto de 2022, incluindo como auxiliar da presidência da Corte em 2021, durante a gestão de Luís Roberto Barroso.

Ele foi indicado em 2020, pela então presidente do TSE, ministra Rosa Weber, para integrar o grupo gestor do Programa de Enfrentamento à Desinformação nas eleições daquele ano.

Com informações do Blog da Andréia Sadi