Um dos principais protagonistas do movimento que levou a ultradireita ao poder, o ex-presidente golpista Michel Temer (MDB) fez uma comparação esdrúxula sobre o ato de 8 de Janeiro de 2022 para sair em defesa de Jair Bolsonaro (PL) e de militares de alta patente indiciados nas investigações da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe.
Aliado ao ex-presidente do PL, Temer afirmou com todas as letras que não houve tentativa de "golpe para valer" em razão da ausência de tropas das Forças Armadas.
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"Convenhamos, golpe para valer, você só tem quando as Forças Armadas estão dispostas a fazer", afirmou durante evento na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta segunda-feira (25).
Em seguida, o medebista passou pano para as Forças Armadas, dizendo que apenas "alguns militares" se envolveram com os planos golpistas.
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"Não foi a instituição como um todo. Seja Exército, Marinha, Aeronáutica, não participaram disso como instituição. Participaram figuras".
Temer ainda fez uma comparação esdrúxula para minimizar o 8 de Janeiro, quando uma horda de radicais, ceivados por Bolsonaro e militares golpistas, promoveram quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, destruindo o Palácio do Planalto e as sedes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Invadiram prédios agora em 8 de janeiro. Mas vocês se lembram que no meu governo, quando nós cuidávamos da reforma da Previdência, as centrais sindicais mandaram 1.600 ônibus lá, que incendiaram ministérios, tentaram invadir o Congresso, viraram carros, queimaram carros", disse sobre os protestos contra o achaque no sistema de aposentadoria em 2017.
"Seis horas [da tarde] terminou tudo. Houve noticiário à noite e no dia seguinte de manhã. Mas, quando deu meio-dia, a imprensa me entrevistou, e eu disse: se o episódio é de ontem, ontem é passado. Eu não falo do passado, vou falar do futuro", emendou Temer, que convulsionou o país para se beneficiar do golpe parlamentar que resultou na queda de Dilma Rousseff.