Inelegível até 2030, Jair Bolsonaro (PL) vê cada dia mais distante as chances de reverter a condenação e disputar as eleições contra Lula em 2026. Diante desse quadro, que se complicou na última semana, aliados já preveem que o ex-presidente deve ser cabo eleitoral de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) ou Ronaldo Caiado (União). E não descartam que a campanha seja feita de dentro da prisão.
O cenário da disputa presidencial já vem sendo cogitado por parte dos aliados após o indiciamento da Organização Criminosa golpista. E a análise não é tão ruim.
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Essa ala acredita que, devido à alta rejeição, seria melhor a direita usar Bolsonaro como cabo eleitoral - para angariar votos na ala mais radical - do que como candidato.
“Ele como candidato tem muita rejeição, mas apoiando algum nome da direita, como Tarcísio ou Caiado, ele é imbatível”, teria dito um "estrategista" ligado ao PL à coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo desta segunda-feira (25).
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O movimento vem de uma ala mais pragmática do PL, partido comandado por Valdemar da Costa Neto - também indiciado -, que sempre teve um bom trânsito no Centrão.
Bolsonaro preso
A avaliação de aliados de Bolsonaro é que a prisão do ex-presidente é apenas uma questão de timing, mas que será determinada antes das eleições presidenciais.
Eles acreditam que Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), avalia que, no momento, não há clima para colocar Bolsonaro na cadeia, com uma prisão preventiva do ex-presidente.
Na análise, os aliados listam dois motivos: a falta de elementos para uma prisão preventiva por risco de fuga - já que o ex-presidente teve que entregar o passaporte - e a possibilidade de haver uma reação da ala mais radical do bolsonarismo, que poderia inflamar as ruas, como foi feito em frente aos quartéis após a derrota para Lula em 2022.
O julgamento do caso, acreditam, só se dará em 2026 para que não haja tempo hábil para Bolsonaro reverter a inelegibilidade, na hipótese de ser absolvido.
Caso seja condenado, Bolsonaro iria para a cadeia e faria, de lá, campanha para a ultradireita, inflamando a narrativa de "perseguição" pelo "sistema".