Durante o lançamento de seu livro "Tudo por dinheiro: a ganância da Lava Jato" (Kotter Editorial), realizado na última quinta-feira (21), em Curitiba (PR), o juiz Eduardo Appio, que ocupou por quatro meses o posto que era de Sergio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, classificou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o general Braga Netto e as 35 pessoas indiciadas pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado como "canalhas".
"Os indiciados especializaram-se em conspirar contra a nossa soberania, grupo no qual eu incluo a Lava Jato, que nasceu em Curitiba, esta bela cidade que, infelizmente, tem de conviver com a semente do fascismo, que floresceu e rendeu frutos. Temos de reavaliar o que foi feito e toda a perseguição", declarou Appio, segundo informações do site Revérbero.
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Em seguida, o juiz criticou duramente os indiciados por tentativa de golpe de Estado. "Sempre serão canalhas e vendilhões naquilo que temos de mais sagrado, que é o nosso orgulho, nossa soberania e o nosso direito de sermos brasileiros. Para que esse viralatismo em um país da grandiosidade do Brasil, com os recursos e dinamismo que temos?", questionou Appio.
Bolsonaro é indiciado por tentativa de golpe de Estado
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado pela Polícia Federal pela tentativa de golpe de Estado que encabeçou a partir dos últimos dias de 2022, após ser derrotado nas urnas pelo presidente Lula (PT) e ficar inconformado com sua saída do poder.
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Vários outros ex-integrantes de seu governo, aproximadamente 35, também foram indiciados pela PF, e os crimes pelos quais são acusados são inúmeros, com destaque para abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa.
Com 884 páginas, o inquérito policial foi concluído no início da tarde desta quinta-feira (21) e agora será entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), ainda hoje. Desde já, a Procuradoria Geral da República (PGR) é quem fica incumbida de denunciar ou não os indiciados, para que então os réus, em caso de aceitação da denúncia, sejam julgados pelo STF.
Entre os principais indiciados estão:
Jair Bolsonaro, ex-presidente;
Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa derrotada;
Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin);
Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL)
Foram ainda indiciados outros 32 nomes envolvidos na trama:
Ailton Gonçalves Moraes Barros
Alexandre Castilho Bitencourt da Silva
Almir Garnier Santos
Amauri Feres Saad
Anderson Gustavo Torres
Anderson Lima de Moura
Angelo Martins Denicoli
Bernardo Romão Correa Netto
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha
Carlos Giovani Delevati Pasini
Cleverson Ney Magalhães
Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
Fabrício Moreira de Bastos
Filipe Garcia Martins
Fernando Cerimedo
Giancarlo Gomes Rodrigues
Guilherme Marques de Almeida
Hélio Ferreira Lima
José Eduardo de Oliveira e Silva
Laercio Vergilio
Marcelo Bormevet
Marcelo Costa Câmara
Mario Fernandes
Mauro Cesar Barbosa Cid
Nilton Diniz Rodrigues
Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho
Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira
Rafael Martins de Oliveira
Ronald Ferreira de Araujo Junior
Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros
Tércio Arnaud Tomaz
Wladimir Matos Soares
No caso de condenação, por cada um dos seguintes crimes, os indiciados podem ser condenados a:
4 a 12 anos de prisão por Golpe de Estado
4 a 8 anos de prisão por Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
3 a 8 anos de prisão por Integrar organização criminosa