TRAMA GOLPISTA

VÍDEO: Bolsonaro rompe silêncio e fala sobre plano para matar Moraes

O ex-presidente ainda não tinha se pronunciado sobre a prisão dos militares e a trama para assassinar o ministro do STF

VÍDEO: Bolsonaro rompe silêncio e fala sobre plano para matar Moraes.Créditos: Reprodução redes sociais
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Vídeo que circula pelos canais bolsonaristas nas redes sociais mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro em um salão de cabeleireiro conversando com uma pessoa que não aparece, apenas filma o momento e faz algumas perguntas para o líder da extrema direita brasileira sobre a prisão dos militares envolvidos no plano para matar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Em tom de deboche, Bolsonaro responde que tudo o que veio à tona com o relatório da Polícia Federal “é uma história absurda”.

"É uma história absurda essa coisa de golpe... vai dar golpe com general da reserva e quatro oficiais superiores, pelo amor de Deus! Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas? Pelo amor de Deus, não fique colocando chifre em cabeça de cavalo”, inicia Jair Bolsonaro.

Em seguida, o ex-presidente defende os militares que foram presos. "Esses que estão sendo presos injustamente agora de forma preventiva. Não encontra um só respaldo na lei que faz a preventiva pra prender esses quatro oficiais”, disse.

Por fim, Bolsonaro afirma que a tentativa de sequestro de Alexandre de Moraes é uma invenção da Polícia Federal e tira sarro do fato de um dos agentes não ter encontrado um táxi e abortado a missão.

“Golpe agora não se dá mais com tanque, se dá com táxi e parece que o sequestro não saiu porque não tinha táxi na hora, pelo amor de Deus. É uma piada essa PF criativa do Alexandre de Moraes”, conclui Bolsonaro.

Confira a declaração do ex-presidente Jair Bolsonaro no vídeo abaixo:

PF prende militares kids pretos e policial federal que planejavam assassinar Lula

A Polícia Federal (PF) prendeu, nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (19), quatro militares do Exército Brasileiro e um policial federal que planejavam um golpe de Estado no Brasil. A organização criminosa tinha planos, ainda, para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). 

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As prisões foram realizadas na operação "Contragolpe", deflagrada pela PF após autorização de Moraes, no âmbito do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado no país entre o final de 2022 e início de 2023. 

Os militares presos por planejarem o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, da ativa e da reserva, compõem as Forças Especiais do Exército Brasileiro, especializadas em operações de alto risco e sigilo – esses militares são conhecidos como "kids pretos"

"As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE). Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado 'Punhal Verde e Amarelo', que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos. Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado", detalha a PF. 

Segundo os investigadores, a organização criminosa mantinha um planejamento com o detalhamento de recursos que seriam necessários para a consumação do golpe de Estado e dos assassinados, e previa ainda a instalação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” que seria composto pelos próprios golpistas após as ações criminosas.  

Um dos presos pela PF nesta terça foi assessor de Jair Bolsonaro até 2022 e, atualmente, integra a equipe do deputado federal e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. 

Confira a nota da PF sobre a operação e as prisões 

"A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (19/11) a Operação Contragolpe, para desarticular organização criminosa responsável por ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse do governo legitimamente eleito nas Eleições de 2022 e restringir o livre exercício do Poder Judiciário.

As investigações apontam que a organização criminosa se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022. Os investigados são, em sua maioria, militares com formação em Forças Especiais (FE).

Entre essas ações, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos.

Ainda estavam nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado.

O planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.

Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e a suspensão do exercício de funções públicas. O Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.

Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa".