Acusado pela Polícia Federal (PF) de ser o anfitrião da reunião em que foi tramado o plano de assassinato de Lula, Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes, o general da reserva Walter Braga Netto, que foi candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PL) em 2022, tem se mantido recluso, escondido, em seu apartamento em Copacabana, na zona sul do Rio, de onde mantém contato apenas com aliados próximos.
Articulador de um movimento saudosista da Ditadura desde o golpe de Michel Temer (MDB) e que levou Bolsonaro ao poder em 2018, Braga Netto, segundo a PF, sediou no apartamento onde morava, na Asa Sul em Brasília, a reunião em que foi discutido o chamado plano 'Punhal Verde e Amarelo', que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, para matar os então presidente e vice eleitos, além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Um quarto alvo, provavelmente o também ministro Flávio Dino, está na lista com o codinome "Juca", mas não foi identificado pela PF.
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Segundo informações de Lauro Jardim, no jornal O Globo, Braga Netto tem descoversado sobre o tema e a aliados próximos, com quem ainda mantém contato, nega que tenha feito reunião para "tratar de plano algum".
Braga Netto, no entanto, sinaliza que pode colocar tudo na conta de Bolsonaro. O general afirma aos interlocutores que tudo que fez foi por "lealdade" ao ex-presidente e que teria tido "correção ética e moral" nos conselhos dados ao "capitão".
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Barata voa
A prisão do general Mario Fernandes, que atuou como ministro-substituto da Secretaria-Geral da Presidência e seria o líder da facção que planejou os homicídos em série, instalou um clima de barata voa na antiga cúpula do governo Jair Bolsonaro.
Titular da pasta à época, o general da reserva Luiz Eduardo Ramos estaria desesperado e ligou para diversos interlocutores, segundo Bela Megale, para se eximir da nomeação do militar.
Ramos tem dito que não tinha proximidade com Fernandes e que nomeou o general como "02" da pasta a mando de Braga Netto.
Fernandes, no entanto, teria uma relação próxima diretamente com Bolsonaro e, segundo a PF, seria peça-chave na articulação golpista.
O general, que foi comandante das Forças Especiais do Exército - onde são treinados os chamados "kids pretos" -, atuava como "ponto focal" entre Bolsonaro e os manifestantes golpistas acampados em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília e teria ciência do primeiro ato golpista, quando bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF na capital Federal, em 12 de dezembro.
Fernandes ainda atuaria exercendo pressão sobre a cúpula das Forças Armadas, em especial do Exército, para que aderissem ao golpe, além de recrutar os "kids petos" de média patente para a ação homicida.