O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) soltou uma nota em suas redes sociais na manhã desta sexta-feira (15), em que tenta desesperadamente desvincular seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do atentado com explosivos ocorrido nesta quarta-feira (13), na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
O filho de Bolsonaro assina a nota como Secretário de Relações Institucionais do Partido Liberal e afirma que “repudia as narrativas falsas e oportunistas que buscam, de maneira precipitada e irresponsável, vincular o trágico suicídio ocorrido hoje na Praça dos Três Poderes ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à direita brasileira”.
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Ele diz ainda que a vinculação do pai ao atentado tem “também o propósito malicioso de atrapalhar o andamento do Projeto de Lei da Anistia, um passo essencial para a pacificação nacional e o reestabelecimento da normalidade institucional no país”.
Atentado enterrou anistia
O atentado realizado por Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, que resultou em sua própria morte, teve, de fato, o efeito de “explodir” a possibilidade de anistia aos golpistas de 8 de Janeiro, segundo a imensa maioria de articulistas e também de vários políticos bolsonaristas.
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O deputado Gustavo Gayer (PL-GO), por exemplo, afirmou que o autor seria mesmo um ex-candidato a vereador pelo PL: "Parece que foi esse cara mesmo. Agora vão enterrar a anistia. Pqp."
O deputado Capitão Alden (PL-BA), por sua vez, respondeu: "lá se foi qualquer possibilidade de aprovar a anistia". "Adeus redes sociais e esperem os próximos 2 anos de perseguição ferrenha! Com certeza o inquérito das fake news será prorrogado ad eternum", disse.
Já o deputado Eli Borges (PL-TO) escreveu "se tentou ajudar atrapalhou". "Agora o Xandão vai dizer: ‘é a prova que o 8 de janeiro era necessário’".
A tentativa vã de Eduardo Bolsonaro faz coro com a mensagem publicada pelo seu pai logo após o atentado, pedindo a “pacificação” do país. Um apelo que rapidamente caiu no ridículo diante do histórico de seu autor.
Ato seguinte ao atentado, o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deixou claro seu recado durante entrevista:
“A impunidade vai gerar mais agressividade. A PF está em vias de conclusão do inquérito dos autores intelectuais (do 8 de Janeiro). Ontem (quarta-feira) é uma demonstração de que a pacificação do país, que é necessária, só é possível com a responsabilização de todos. Não existe possibilidade de pacificação com anistia a criminosos.”
Não colou em parte alguma e nem para ninguém a tese de que o atentado em Brasília foi um ato isolado. Por mais que Tiü França tenha agido sozinho, ele se moveu respaldado por inúmeros discursos, sobretudo de seu líder máximo.
Desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira, não parou de circular nas redes um vídeo em que Bolsonaro faz sua plateia repetir em coro: “eu juro dar minha vida pela minha liberdade”. Ao final, se vira para seu então candidato a vice e diz: esse, Braga Netto, é o nosso exército.