MAMATA GOSPEL

Lira desafia e pauta votação da PEC que amplia isenção tributária para igrejas

o texto da PEC também prevê a isenção de impostos para entidades assistenciais e beneficentes vinculadas a religiões, como creches, asilos, orfanatos, comunidades terapêuticas, etc

Arthur Lira sentado em sua cadeira de presidente da Câmara
Lira pauta PEC que aumenta isenção de impostos para igrejas.Arthur Lira sentado em sua cadeira de presidente da CâmaraCréditos: Imagem: Fabio Rodrigue Pozzebom / Agência Brasil
Escrito en POLÍTICA el

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), incluiu na pauta do plenário desta quarta-feira (13), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade tributária para templos de qualquer culto. A iniciativa é de autoria do deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), bispo licenciado da Igreja Universal, e conta com a assinatura de diversos parlamentares, incluindo Hugo Motta (Republicanos-PB), candidato apoiado por Lira à presidência da Câmara.

A PEC foi aprovada por uma comissão especial em fevereiro, com a relatoria do deputado Fernando Máximo (União-RO). Em seu parecer, Máximo ressaltou que, apesar de o Brasil ser um Estado laico, as entidades religiosas e os valores que elas promovem são essenciais para a construção de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.

Além da imunidade tributária para templos religiosos, o texto da PEC também prevê a isenção de impostos para entidades assistenciais e beneficentes vinculadas a religiões, como creches, asilos, orfanatos, comunidades terapêuticas, monastérios, seminários e conventos. A proposta visa estender a isenção fiscal para bens e serviços utilizados na formação do patrimônio e na geração de renda dessas entidades.

Atualmente, a Constituição já garante a imunidade tributária para igrejas, mas apenas para o patrimônio, a renda e os serviços relacionados às suas atividades essenciais. A PEC proposta por Crivella busca ampliar essa isenção para outras áreas, embora não contemple salários de pastores, por exemplo.

A inclusão da PEC na pauta de votação ocorre um dia após a bancada evangélica declarar apoio ao deputado Hugo Motta na corrida pela presidência da Câmara. Motta, que é o candidato de Lira, já conseguiu o apoio de 15 partidos, somando 385 votos, 128 a mais do que o necessário para vencer no primeiro turno. O acordo com a bancada evangélica foi firmado durante um jantar em uma churrascaria em Brasília, com a presença de Lira e vários parlamentares religiosos.

A votação da PEC no plenário da Câmara deve ser um teste crucial para medir a força da bancada evangélica e a influência de Lira na casa legislativa. Se aprovada, a emenda constitucional significará uma significativa ampliação das isenções fiscais para entidades religiosas e suas organizações associadas, potencialmente alterando o panorama fiscal para essas instituições no Brasil.

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar