O presidente do PRTB, Leonardo Alves de Araújo, mais conhecido como Leonardo Avalanche, é acusado de falsificar documentos para vencer as eleições internas do partido. Ele é aliado de Pablo Marçal, que concorreu à prefeitura de São Paulo pela sigla.
A denúncia, segundo a Folha de S. Paulo, foi registrada em boletim de ocorrência (BO) por uma das pessoas recrutadas para a suposta farsa. Avalanche teria distribuído RGs para 11 pessoas para que fossem de São Paulo para Brasília na véspera da eleição do diretório nacional ao qual ele concorria.
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Os documentos estariam com os dados dos fundadores do partido, mas as fotos seriam dos farsantes, na tentativa de burlar o estatuto do partido que exige que a eleição do diretório seja definida pelos filiados mais antigos.
Em mensagem de textos obtidas pela Folha, haveria orientações de Avalanche aos farsantes para que tirassem seus RGs verdadeiros do plástico e colocassem os falsos. Em depoimento à Polícia Civil, o denunciante afirmou que cada pessoa recebeu R$ 1.000, além de passagem aérea, estadia e um fim de semana em um resort. Cargos no diretório do partido em São Paulo também teriam sido ofertados.
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O grupo teria chegado a se dirigir ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF) no momento da votação, mas Avalanche avisou que não precisariam mais votar porque já havia conseguido os votos suficientes para ser escolhido presidente. Ele foi eleito com 30 dos 53 votos.
O ex-membro do diretório nacional e líder da chapa que perdeu a votação, Edinázio José da Silva acusa Avalanche de usar a armação com os farsantes para coagir membros reais do partido a votarem nele. "Fui para Brasília disputar uma eleição licita, sou um dos mais antigos membros do partido. Quando cheguei lá, vi um ônibus cheio de gente", afirma Silva, que exigiu que a votação fosse anulada por fraude.
Novas complicações para o PRTB
Também acusado de falsificar documentos, Pablo Marçal, que perdeu a eleição para a prefeitura de São Paulo, está na mira da Justiça após compartilhar um falso laudo médico em que acusava seu adversário, Guilherme Boulos (PSOL), de ser usuário de drogas.
A divulgação do documento foi feita às vésperas da eleição, na madrugada de sexta-feira (4). Investigações foram abertas pela Polícia Civil de São Paulo, que confirmou a falsificação do documento, e pela Polícia Federal.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), também intimou Marçal em processo referente à divulgação do documento na plataforma X, antigo Twitter, que está suspensa no Brasil.
Além disso, Marçal também foi processado pelas filhas do médico que assina o documento, uma vez que a assinatura é falsa.
*Com informações de Folha de S. Paulo.
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