Uma ex-secretária do médico cujo nome foi utilizado por Pablo Marçal (PRTB) para falsificar um laudo associando Guilherme Boulos (PSOL), seu adversário na disputa pela prefeitura de São Paulo, à cocaína, desmontou por completo a farsa criada pelo coach de extrema direita.
Ela era funcionária de José Roberto de Souza, o médico que já morreu e que foi utilizado por Marçal como o autor do laudo que atestaria uma internação de Boulos decorrente do uso de drogas – algo que nunca ocorreu. A ex-secretária exibiu imagens do certificado de conclusão de um curso que ela fez com o médico em questão no Instituto de Hematologia e Hemoterapia de Campinas (IHHC) que contém a assinatura de José Roberto de Souza.
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A assinatura que consta no documento exibido pela ex-secretária é totalmente diferente daquela no laudo falso produzido por Pablo Marçal para atacar Guilherme Boulos. Além disso, a ex-secretária disse ao jornal O Globo que o médico nunca trabalhou na clínica "Mais Consulta", que é o nome do estabelecimento registrado no laudo forjado.
"Trabalhei 31 anos com o doutor José Roberto. Aquela assinatura não é dele. Ele sempre falava: 'Faço a assinatura desse jeito porque nunca ninguém vai conseguir falsificar'. Quando vi aquela assinatura (no laudo), isso veio na minha cabeça e decidi zelar pelo nome dele ", disse a ex-funcionária ao periódico carioca.
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Boulos pede prisão de Marçal
Guilherme Boulos (PSOL) anunciou, na madrugada deste sábado (5), que pedirá à Justiça a prisão de Pablo Marçal (PRTB) por conta do laudo forjado que o ex-coach publicou no Instagram para o associar ao uso de cocaína. A publicação já foi removida pela rede social.
O laudo, toscamente falsificado, afirmava que Boulos teria sido internado em 2021 após um surto psicótico causado pelo uso de drogas.
No entanto, o documento apresenta vários erros que comprovam sua falsidade: o nome do médico que supostamente o assina é de um profissional já falecido, o RG de Boulos está incorreto, e o papel timbrado pertence a uma clínica cujo dono é apoiador de Marçal, já condenado por falsificação de diploma de medicina.
Além disso, na data indicada no laudo, Boulos estava na favela do Vietnam, em São Paulo, distribuindo cestas básicas — fato comprovado por vídeos, fotos e publicações em redes sociais.
"O documento publicado por Pablo Marçal é falso e criminoso e ele responderá e arcará com as consequências em todas as instâncias da Justiça – eleitoral, cível e criminal. Uma atitude inaceitável de quem prova não ter limites em sua capacidade de mentir (...) Marçal pagará pelos seus crimes", diz nota oficial da campanha de Guilherme Boulos.