ELEIÇÕES 2024

Naufrágio de Nunes: Eduardo Bolsonaro deve tomar presidência do PL de Costa Neto

Entrada de Marçal nas eleições provocou um bug no clã Bolsonaro, que ensaiou uma reação - apoiando Nunes -, mas recuou diante da fidelização de aliados e da horda mais extremista de eleitores

Eduardo Bolsonaro com Valdemar da Costa Neto e Jair em live.Créditos: PL / Reprodução de vídeo Instagram
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Diante do iminente naufrágio político de Ricardo Nunes (MDB), que deve ficar fora do segundo turno das eleições à Prefeitura de São Paulo no próximo domingo (6), o clã Bolsonaro já se agita para tomar a presidência do PL, partido historicamente comandado por Valdemar da Costa Neto.

Fiador do acordo que obrigou Jair Bolsonaro a embarcar na candidatura do atual prefeito, que foi solapada pela ascensão de Pablo Marçal (PRTB), Costa Neto deve transferir para Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a presidência nacional do partido, ficando com uma simbólica vice-presidência.

Segundo Lauro Jardim, no jornal O Globo nesta sexta-feira (4), a justificativa que deve vir à público é que a troca seria "uma alternativa para derrubar os argumentos de [Alexandre de] Moraes de impedir o diálogo entre" Costa Neto e o ex-presidente.

"Além disso, o partido poderia se beneficiar já que não há vetos no diálogo entre Jair e Eduardo Bolsonaro", diz o colunista.

Escalonamento

No entanto, a crise entre o clã Bolsonaro e Costa Neto foi escalonando e chegou ao ápice pouco antes da campanha eleitoral, quando Jair Bolsonaro recusou-se a cumprir o acordo feito por Costa Neto em 2022 com vistas a apoiar a reeleição de Nunes.

Para vencer a resistência de Bolsonaro, Costa Neto cedeu ao ex-presidente a indicação na vaga de vice, onde foi escalado o ex-Ceagesp coronel Mello Araújo.

Mesmo com a indicação, o ex-presidente seguiu com rusgas com Nunes, que foi se alastrando, chegou ao governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) e implodiu a base bolsonarista com a ascensão de Pablo Marçal na disputa.

Ao entrar na disputa, o ex-coach provocou um bug no clã Bolsonaro, que ensaiou uma reação - apoiando Nunes -, mas recuou diante da fidelização de aliados e horda mais extremista de eleitores à candidatura de Marçal.

Jair e até o filho "02", Carlos Bolsonaro, foram obrigados a hastear a bandeira branca e baixar a cabeça a Marçal diante dos ataques sofridos nas redes.

Há duas semanas, Bolsonaro voltou a se irritar com Costa Neto, que pediu para o ex-presidente gravar vídeos para 90 pupilos dele que disputam a eleição. Aos filhos, ele ralhou pelas "ordens" que teria recebido do presidente do PL.

Nesta quinta-feira (3), antes do debate, Bolsonaro publicou um novo vídeo nas redes declarando seu apoio a Mello Araújo e ressaltando que "caso Nunes seja reeleito, o Mello Araújo vai procurar o que fazer em comum acordo com o prefeito ou vai procurar por conta própria e vai ajudar São Paulo".