O candidato à Prefeitura de Diadema (SP) pelo MDB, Taka Yamauchi, pode ficar inelegível por abuso de poder econômico, de acordo com uma representação protocolada na Justiça Eleitoral que pede a cassação de seu registro de candidatura por gastos excessivos e omissão de informações sobre despesas feitas durante a campanha.
A ação foi apresentada, nesta quinta-feira (3), pela coligação partidária composta pela Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV), pela Federação PSOL/Rede, pelo PDT, PSD, PSB eUnião Brasil.
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Os partidos informam que, a dois dias do primeiro turno das eleições municipais, Taka não declarou nenhum gasto eleitoral. No entanto, nas ruas de Diadema, é possível ver windbanners, faixas, placas, carros de som, pessoas contratadas para panfletar e segurar bandeiras, entre outras ações de divulgação da campanha.
A representação judicial computou a existência de ao menos 382 windbanners, cujo valor unitário é de R$ 137, outros 45 caminhões de som. Há também a comprovação de distribuição de ao menos 39.500 panfletos, de locações de espaços para montagem de comitê, confecção de adesivos e até mesmo gastos com impulsionamento de conteúdo nas redes sociais.
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As coligações ainda apontam suspeitas de uso de estrutura da Prefeitura de São Paulo, como carros oficiais, para a campanha de Taka em Diadema. O candidato foi presidente da SPObras, autarquia da Prefeitura paulistana, antes de deixar o cargo para concorrer às eleições.
“Trata-se, em verdade, de uma estrutura de campanha que privilegia a obscuridade e a trata como método – e, como se não bastasse, a afronta não é meramente contra a transparência, mas também contra a própria legislação eleitoral em si”, diz a representação assinada pelo escritório Ricomini Piccelli Advocacia.
A denúncia ainda apresenta outra grave irregularidade de campanha. De acordo com a Lei Eleitoral, Taka deveria ter disponibilizado a primeira parcial de prestação de contas até o dia 13 de setembro, o que não foi feito. Até agora, os únicos registros são de doações - entre elas uma do próprio Taka, um de um empresário do ramo imobiliário, uma do diretório do MDB e duas de políticos de Ribeirão Pires, do ex-prefeito Kiko Teixeira e do ex-secretário jurídico Marco Aurélio Romaldini.
“Diante de todas as evidências de uma ampla mobilização de recursos na sua campanha, cabe indagar: o que o candidato Taka tem a esconder da Justiça Eleitoral e do controle público? Por que tamanha falta de transparência? E, sobretudo: qual a origem dos recursos empregados pelo candidato Taka em sua suntuosa estrutura de campanha?”, questiona o escritório.
Taka xinga servidores e vereadores de Diadema
Em um vídeo que circulou nas redes nesta quarta-feira (2), Taka Yamauchi insultou servidores públicos da cidade e parlamentares diademenses durante um ato de campanha com seu candidato à Câmara Municipal, Juninho do Chicão (PP).
“Esses [vereadores] não têm caráter, mas o Juninho estará lá, com sua equipe, nos protegendo, acolhendo, sendo braço direito. Esse mesmo braço direito vou encontrar na Câmara. Ele vai ser um vereador de verdade, não como esses cretinos que estão aí, esses 16 patifes sem vergonhas”, disse o emedebista, primeiro se referindo aos integrantes do Legislativo municipal.
Na sequência, Taka direcionou sua metralhadora de ofensas aos funcionários públicos de Diadema: “Essa administração só abriga gente incompetente, gente preguiçosa e vagabundo”, disse, fazendo alusão à gestão do atual prefeito, José de Filippi Júnior (PT).
Veja o vídeo