SIONISMO INTERNACIONAL

Bolsonaro comemora ataque de Israel a secretário da ONU: "comunista, amigo do Lule"

Antonio Guterrez foi proibido de entrar em Israel pelo chanceler sionista Israel Kantz, o mesmo que já havia declarado Lula persona non grata no país por críticas ao genocídio em Gaza

Jair Bolsonaro com Antonio Guterrez em 2019.Créditos: Alan Santos/PR
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Em meio ao massacre promovido por Benjamin Netanyahu na Faixa de Gaza e no Líbano, Jair Bolsonaro (PL) comemorou o fato de o chanceler sionista Israel Kantz ter declarado o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como persona non grata e proibir a entrada dele em Israel.

Guterres vem pedindo fim do cessar-fogo desde o início do genocídio em Gaza e condenou a ampliação do conflito no Oriente Médio por Israel após os ataques ao sul do Líbano.

Como resposta, foi alvo de ataques grosseiros do ministro de Relações Internacionais do governo Netanyahu, que declarou nas redes nesta quarta-feira (2) que Guterres foi "incapaz de condenar inequivocamente o criminoso ataque do Irã a Israel".

"Decidi hoje declarar o Secretário-Geral da ONU António Guterres persona non grata em Israel e proibir a sua entrada em Israel. Quem é incapaz de condenar inequivocamente o ataque criminoso do Irã a Israel, como quase todos os países do mundo fizeram, não é digno de pisar em solo de Israel", diz o ministro sionista, mentindo sobre o apoio de "quase todos os países do mundo".

Em seu canal no Telegram, onde se comunica com mais de 1,6 milhão de apoiadores, Bolsonaro comemorou a decisão do governo sionista.

"Guterres é conhecido por fazer posts atacando e criticando diretamente Israel, fazendo sempre questão de citar o nome do país nas publicações, mas evita ao máximo citar o nome de organizações terroristas e do Irã, quando é Israel o alvo dos ataques", mentiu Bolsonaro.

"Para o comunista amigo do lule, Israel simplesmente não tem direito a existir. O nome disto é genocídio", emendou.

Lula

Israel Kantz é o mesmo chanceler que, em fevereiro deste ano, declarou Lula "persona non grata" no país após o presidente brasileiro comparar o genocídio em Gaza à matança de judeus por Adolph Hitler. 

A declaração de Lula aconteceu antes do presidente brasileiro embarcar em Adis Abeba, na Etiópia, em viagem de volta ao Brasil.

Indagado sobre a ação sionista, Lula afirmou que o genocídio na região palestina só encontra um precedente na História do mundo: "quando Hitler resolveu matar judeus".

"O Brasil vai reconhecer na ONU que o Estado palestino seja reconhecido oficialmente como pleno e soberano. [...] É preciso parar de ser pequeno quando a gente deve ser grande. O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum momento histórico... Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", disse.

Em declaração ao lado do embaixador brasileiro, Frederico Méyer, que foi convocado para "uma dura conversa de repreensão", anunciada pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Kantz atacou o presidente brasileiro e declarou Lula persona non grata no país.

"Não perdoaremos e não esqueceremos - em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, informei ao Presidente Lula que ele é uma persona non grata em Israel até que ele peça desculpas e se retrate de suas palavras", afirmou Kantz no Memorial do Holocausto, Yad Vashem, em Jerusalém.

Lula não pediu desculpas e retirou Méyer da embaixada brasileira em Tel Aviv, que segue sem um representante oficial do governo brasileiro.