Em uma atitude inédita na história do mundo, o governo de Israel, capitaneado por Benjamin Netanyahu, declarou o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, como persona non grata e proibiu a entrada dele no país.
Guterres vem pedindo fim do cessar-fogo desde o início do genocídio em Gaza e condenou a ampliação do conflito no Oriente Médio por Israel após os ataques ao sul do Líbano.
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"Condeno a ampliação do conflito no Oriente Médio, com escalada após escalada. Isso precisa parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo", declarou Guterres na rede X nesta terça-feira (1º) após o Irã disparar mísseis balísticos contra Israel.
Na manhã desta quarta-feira (2), o chanceler sionista Israel Kantz declarou nas redes que Guterres é persona non grata e está proibido de entrar em Israel por, segundo ele, "ser incapaz de condenar inequivocamente o criminoso ataque do Irã a Israel".
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"Decidi hoje declarar o Secretário-Geral da ONU António Guterres persona non grata em Israel e proibir a sua entrada em Israel. Quem é incapaz de condenar inequivocamente o ataque criminoso do Irã a Israel, como quase todos os países do mundo fizeram, não é digno de pisar em solo de Israel", diz o ministro sionista, mentindo sobre o apoio de "quase todos os países do mundo".
Katz é o mesmo chanceler que, em fevereiro deste ano, declarou Lula "persona non grata" no país após o presidente brasileiro comparar o genocídio em Gaza à matança de judeus por Adolph Hitler.
No texto publicado nas redes sociais, Kantz ataca duramente Guterres por, segundo ele, não ter mencionado "até hoje o massacre e crimes sexuais cometidos pelos assassinos do Hamas em 7 de outubro, e não levou a decisões para declarar eles uma organização terrorista".
"O Secretário-Geral que dá um retrocesso aos terroristas, estupradores e assassinos do Hamas, do Hezbollah, dos houthis e agora a nave-mãe do terror global Irã - será lembrado como uma mancha para um drone mundial na história da ONU. Israel continuará a proteger os seus cidadãos e a preservar o seu estatuto nacional e honra com ou sem António Guterres", conclui.