A candidata bolsonarista à prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml (PMB), sugeriu durante entrevista a uma TV local que mães “solteiras” ou em situação de vulnerabilidade deveriam doar seus filhos para adoção, caso não tivessem condições de criá-los.
“Eu vou criar um instituto pró vida municipal pra que a mulher que engravida sem querer e é abandonada pelo marido tenha um acolhimento discreto do município, atendimento psicológico, todo o acesso à questão legal pra que fique claro que ela pode ter aquele filho e inclusive doar, vai ter ajuda financeira, mas ela pode, inclusive, doar aquele filho pra centenas de milhares de casais que querem uma criança em adoção, esperam e não têm”, afirmou ela.
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Reações negativas
A frase da candidata provocou inúmeras reações negativas. Seguno o Blog do Esmael, o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) e a Marcha Mundial das Mulheres (MMM/PR) repudiaram a sua fala.
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As entidades afirmaram em nota conjunta que a sugestão de Graeml estigmatiza mulheres em situação de vulnerabilidade e ignora avanços legais como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que estabelece a proteção integral de crianças e adolescentes como dever da família, da sociedade e do Estado.
“As propostas dessa candidata reforçam práticas autoritárias e estimulam o abandono, tratando crianças como objetos que podem ser simplesmente entregues para adoção”, diz a nota.
Segundo as entidades, a maioria dos lares brasileiros é chefiado por mulheres, de acordo com dados do IBGE/PNAD, e que políticas públicas devem ser direcionadas para apoiar essas famílias, não para desmantelá-las.
“Não permitiremos que tirem nossos filhos e filhas! Exigimos respeito e tratamento igual, conforme a Constituição brasileira”, encerra a nota.