Pressionada a não entrar na política pelo marido, que a vê como "adversária" na preferência da ultradireita para a disputa presidencial em 2026, Michelle Bolsonaro (PL) deu um tapa de luva de pelica e deixou no ar o que pensa sobre os "is" distribuídos em forma de medalha por Jair Bolsonaro (PL) a apoiadores mais radicais.
Em meio ao ato flopado em prol de seu candidato, Bruno Engler (PL), à prefeitura de Belo Horizonte, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) indagou a ex-primeira-dama se Bolsonaro seria mesmo "3 is" - de "imorrível, imbrochável e incomível".
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"Dona Michelle, dona Michelle, o Bolsonaro é '3 is' mesmo?", indagou o deputado mineiro.
Em tom de zombaria, a ex-primeira-dama responde de bate-pronto: "é 4i (SIC)".
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A resposta provocou eforia no ex-presidente, que comemorou. Mas suscitou dúvida em Nikolas Ferreira.
"Calma, calma", pediu o parlamentar. "Qual é o quarto i?", indagou ele à ex-primeira-dama, que fez mistério.
"Segredo", respondeu, o que pode revelar um desejo íntimo de que o marido siga "inelegível" e abra caminhos para sua candidatura em 2026.
Bolsonaro preso?
Antes de se dirigir à capital mineira neste sábado (19), Bolsonaro surtou em ligação às 6h50 ao jornalista Guilherme Amado, do site Metrópoles, que divulgou informações sobre o iminente indiciamento pela Polícia Federal do ex-presidente e de generais integrantes da organização criminosa no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, após vitória de Lula nas eleições presidenciais.
Segundo o jornalista, Bolsonaro ligou de manhãzinha e teve um chilique com a notícia publicada às 2h da madrugada.
“É mais uma da PF criativa do Alexandre [de Moraes]. Não existe decreto de Estado de sítio. O presidente que quiser decretar Estado de sítio deve enviar uma exposição de motivos pro Congresso, ouvir o Conselho da República e o Conselho da Defesa. Cadê a exposição de motivos? Não tem, porque nunca tomei nenhuma medida concreta sobre isso”, disparou, segundo o jornalista.
Em claro sinal de desespero, o ex-presidente afirmou que ele deve ser condenado no caso para "reforçar a inelegibilidade", que o afastou da disputa das eleições em 2030.
“Querem se garantir com uma condenação”, afirmou, já vendo como certa a sentença sobre o caso.
Indiciamento
Segundo a reportagem de Guilherme Amado, Bolsonaro e os ex-ministros e generais Walter Braga Netto (Casa Civil) e Augusto Heleno (GSI) serão indiciados pela Polícia Federal (PF) pela tentativa frustrada de golpe após a derrota para Lula nas eleições de 2022.
O inquérito sobre a organização criminosa que tramou o plano golpista será concluído em novembro, logo após às eleições, e remetido à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Bolsonaro e dos dois generais, que ocupavam posições centrais no governo, a PF vai indiciar o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira (que anteriormente era comandante do Exército), e o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha que colocou as tropas à disposição do ex-presidente para desencadear o golpe.