Na cidade de São Paulo, a população em situação de rua, estimada em 80.369 pessoas, enfrenta uma realidade alarmante, que superaria a população de cidades inteiras como Vinhedo e Ibiúna. Esse número representa um aumento de 24% em relação ao levantamento feito em dezembro de 2023.
Como mostrou uma matéria da Fórum este ano, São Paulo lidera o ranking das capitais brasileiras com o maior número de pessoas em situação de rua, somando mais de 80 mil, segundo o último levantamento realizado pelo Observatório Brasileiro de Políticas Públicas com a População em Situação de Rua (OBPopRua/POLOS-UFMG).
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Para tentar frear esse avanço, três representantes do Partido São Paulo Invisível (PSPi), uma iniciativa criada pela ONG São Paulo Invisível em parceria com a Future Brand, vêm defendendo propostas que poderiam ser apresentadas se fossem candidatos nessas eleições. A luta por direitos básicos e por uma vida digna é o que move André, Fátima e Jonathan, representantes do PSPi. Vivendo nas ruas, eles conhecem de perto as dificuldades enfrentadas por essa população.
Fundada em 2014, a SP Invisível é uma organização da sociedade civil com a missão de transformar a vida das pessoas em situação de rua em São Paulo. Atuando em três frentes principais - conscientização, assistencialismo e assistência social -, a organização busca não apenas aliviar o sofrimento, mas também promover a inclusão social e a autonomia dessas pessoas através de projetos de capacitação e geração de emprego.
Fátima, por exemplo, sugere a criação de mais restaurantes populares e a adaptação de prédios abandonados em moradias. “Se eu fosse vereadora, assinaria vários decretos, mandava confiscar todos os prédios fechados e mandava adaptar para dar moradia para quem não tem”, afirma a moradora de rua há quatro anos.
Em um ato realizado na Avenida Paulista, líderes da sociedade civil cobraram dos candidatos à prefeitura de São Paulo propostas concretas para a população em situação de rua. Segundo André Soler, CEO da São Paulo Invisível, a cidade abriga muitas pessoas nessa condição, que se tornam ainda mais vulneráveis com a intensificação das crises climáticas.
“A crise climática está cada vez pior, com períodos de frio e calor cada vez mais intensos. Como isso vai ser para as pessoas em situação de rua, se elas não forem vistas pelos nossos representantes?”, alertou o fundador da ONG.
Para conhecer mais sobre a iniciativa, só acessar este link.
Maior nº de pessoas morando na rua entre capitais
No estudo do OBPopRua, outras capitais aparecem logo após São Paulo, como Rio de Janeiro, com 21.023 pessoas, e Belo Horizonte, com 13.776. A lista das dez capitais com maior número de moradores de rua se completa com Fortaleza (9.534), Salvador (9.379), Distrito Federal (8.353), Porto Alegre (4.769), Boa Vista (4.263), Curitiba (4.096) e Florianópolis (3.441).
Em números gerais, o Brasil contabiliza 300.868 pessoas em situação de rua registradas no CadÚnico em junho de 2024. Em comparação a outros estados, São Paulo também aparece no topo, com 126.112 pessoas nessa situação, de acordo com a pesquisa.