O senador Sergio Moro (União-PR) foi humilhado mais uma vez pelo deputado estadual Ney Leprevost (União-PR), que foi candidato à prefeitura de Curitiba com a esposa do ex-juiz, Rosângela Moro, como candidata a vice, e que terminou a eleição derrotado em 4º lugar.
Leprevost havia dito, em entrevista à Folha de S. Paulo, que o apoio de Moro e a entrada de Rosangela como sua vice contribuíram para a derrota.
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"Moro atrapalhou bastante. Não que seja culpa dele o fato de eu não ter vencido, mas ele atrapalhou bastante. E ele é ruim de lidar, de difícil trato, vaidoso", disparou.
Moro, então, rebateu, afirmando que Ney Leprevost perdeu a eleição pois não soube "se conectar com a população de Curitiba" e que, apesar de se apresentar como novo, sua candidatura representou a "velha política".
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"A verdade é uma só: convidou e insistiu para que Rosângela fosse sua vice. Após um pedido da direção nacional do partido, entramos para ajudar, o que estancou a queda do candidato nas pesquisas. Mas não conseguimos prosseguir, pois nem eu, nem minha esposa ou o União Brasil nacional pudemos influenciar na campanha. O problema é que a população não aguenta mais a velha política de candidatos que se apresentam sem posições claras", escreveu Moro em suas redes sociais.
"Ney aventurou-se na busca por eleitores de todos os lados e junto com seu irmão recebeu nas urnas o que merecia. Repudio os ataques pessoais que fez contra mim, mas o recado a ele já foi dado pelo povo de Curitiba, povo este que agradeço pelo carinho e apoio que sempre me deu, seja no contato pessoal ou nas urnas, com os quase dois milhões de votos para o Senado", prosseguiu o senador.
Moro é "traidor contumaz"
Após a reposta de Sergio Moro, Ney Leprevost decidiu divulgar uma nota em que sobe o tom novamente. O deputado chama Moro de "traidor contumaz", dando exemplos de supostas traições do senador.
"Este senhor é um traidor contumaz. Traiu a magistratura utilizando-se dela para se promover pessoalmente com objetivo de conquistar cargo político; traiu as milhares de pessoas que saíram às ruas para apoiar a operação Lava Jato, abandonando sua função de juiz para ser ministro; traiu o presidente Jair Bolsonaro ao ser expurgado do ministério atacando aquele que confiou nele nomeando-o para uma das pastas mais importantes da nação; traiu o partido Podemos que o sustentou financeiramente; traiu o povo do Paraná ao tentar ser candidato a senador pelo estado de São Paulo, onde foi rejeitado pelo Tribunal Eleitoral; traiu seu padrinho político, o senador Álvaro Dias, lançando-se candidato de última hora contra ele", escreveu, entre inúmeros outros exemplos.
Leprevost ainda acusou Moro de ter torturado réus no período em que foi juiz na 13ª Vara Federal de Curitiba, conduzindo processos no âmbito da operação Lava Jato.
"Traiu as leis que jurou cumprir ao realizar tortura psicológica em réus em escutas telefônicas de legalidade questionável", disparou o deputado estadual.
"Me esqueça e vá se defender na justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu. Peço desculpas ao povo de Curitiba por ter aceitado a imposição nacional do partido de ter a sua esposa como vice, não por ela que ainda hoje tenho como boa pessoa, mas pelo senhor que é um oportunista, visto pela esquerda como carrasco do Lula e pela direita como traidor do Bolsonaro", escreveu ainda.
Confira a íntegra da nota de Ney Leprevost sobre Sergio Moro
“Em resposta aos ataques rasteiros e injustificados proferidos contra mim, e sem o menor cabimento também a familiar meu, pelo senhor Sérgio Moro , tenho a declarar, após buscar informações com diversas fontes jornalísticas e rememorar fatos, conclui que:
– Este senhor é um traidor contumaz.
– Traiu a magistratura utilizando-se dela para se promover pessoalmente com objetivo de conquistar cargo político.
– Traiu as leis que jurou cumprir ao realizar tortura psicológica em réus em escutas telefônicas de legalidade questionável.
– Traiu as milhares de pessoas que saíram às ruas para apoiar a operação Lava Jato, abandonando sua função de juiz para ser ministro.
– Traiu o presidente Jair Bolsonaro ao ser expurgado do ministério atacando aquele que confiou nele nomeando-o para uma das pastas mais importantes da nação.
– Traiu o partido Podemos que o sustentou financeiramente.
– Traiu o povo do Paraná ao tentar ser candidato a senador pelo estado de São Paulo, onde foi rejeitado pelo Tribunal Eleitoral.
– Traiu seu padrinho político, o senador Álvaro Dias, lançando-se candidato de última hora contra ele.
– Traiu seus eleitores de direita votando no ministro Flávio Dino para o STF.
– Traiu sua querida esposa colocando-a, através da direção nacional do partido, como candidata a vice na minha chapa e abandonando a campanha dez dias antes da eleição por não ter sido satisfeita a sua vaidade de aparecer diversas vezes no programa eleitoral de televisão.
– Traiu o partido União Brasil, utilizando na última semana de campanha 230 mil reais do fundo eleitoral nas redes sociais da sua esposa para mera promoção pessoal da mesma sem sequer pedir votos para o 44.
– Me traiu ao plantar ao longo da campanha diversas notas na imprensa nacional com o objetivo de desestabilizar minha candidatura.
– Traiu a pátria ao fazer um ‘acordão’ através dos senadores Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre.
Senador Sérgio Moro, não me meça pela sua régua. Minha vida pública é pautada por coerência e respeito a todas as pessoas.
Se o senhor fosse amado pelo povo de Curitiba, como afirma, não precisaria andar rodeado de seguranças pagos pelo povo brasileiro até para ir à feira.
De herói nacional que até eu admirei, o senhor apequenou-se e se transformou em um mero ‘lacrador’ de redes sociais.
Me esqueça e vá se defender na justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu.
Peço desculpas ao povo de Curitiba por ter aceitado a imposição nacional do partido de ter a sua esposa como vice, não por ela que ainda hoje tenho como boa pessoa, mas pelo senhor que é um oportunista, visto pela esquerda como carrasco do Lula e pela direita como traidor do Bolsonaro.
A toda boa gente do Paraná, meu muito obrigado pela milhares de manifestações de solidariedade no dia de hoje. Tenham a certeza absoluta que minha vida pública vai continuar pautada na defesa da liberdade e nos princípios éticos e humanistas que meu detrator chama de ‘velhos’.
Que Deus nos proteja do mal!”.