ELEIÇÕES

Lula decide sobre eleição à presidência da Câmara dos Deputados

A declaração do presidente da República ocorreu durante entrevista para uma rádio

Lula decide sobre eleição à presidência da Câmara dos Deputados.Créditos: Reprodução / Youtube
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O presidente Lula (PT) concedeu nesta quinta-feira (17) uma entrevista para a Rádio Metrópole, da Bahia. Na conversa, o mandatário falou sobre diversos assuntos, entre eles a sucessão no Congresso Nacional.

Reforçando seu viés pragmático, o presidente Lula afirmou que não vai se meter na eleição na Câmara e que respeita a autonomia dos poderes.

"Eu tenho como prática política não me meter na escolha do presidente da Câmara. Isso é uma coisa do Congresso Nacional. Como eu respeito a autonomia de cada poder, o meu presidente será aquele que for eleito. Goste eu dele ou não, vou conversar e tratar como presidente da Câmara", declarou Lula.

Em seguida, o presidente Lula afirmou que vai manter uma relação "civilizada e institucional" com quem for eleito à presidência da Câmara. "Não é o presidente da Câmara que precisa do presidente da República, é o presidente da República que precisa da Câmara. Então, se eu compreender isso e tiver uma relação civilizada com eles, vai tudo muito bem", disse.

Lula: "Bolsonaro é 'o sistema' e viveu às custas do Estado"


Em entrevista à rádio Metrópole, em Salvador (BA), na manhã desta quinta-feira (17), o presidente Lula detonou o discurso "antissistema" de Jair Bolsonaro (PL), que vem sendo adotado pelos candidatos da ultradireita neofascista apoiados pelo ex-presidente nas eleições municipais.

Sem dizer exatamente o que é "o sistema", Bolsonaro foi eleito em 2018 com esse discurso, que é propagado pelos aliados extremistas, mesmo sem ter recebido um centavo de trabalho na iniciativa privada.

Ao falar da relação "civilizada" com Arthur Lira (PP-AL) e o Congresso nacional após Bolsonaro ter entregue boa parte do orçamento da União ao parlamento por meio das emendas de relator - o chamado orçamento secreto -, Lula ponderou o que mudou após a passagem do "capitão" pela presidência.

"O que houve de desvio? O que houve de desvio é que Bolsonaro, como é muito incompetente, nunca governou nada nesse país, porque ele é um homem do mal. Saiu do Exército falando mal do Exército. Quase foi condenado", disse, lembrando a trajetória do adversário, que planejou colocar bombas e quartéis e foi preso por “transgressão grave”, acusado de “ter ferido a ética, gerando clima de inquietação no âmbito da organização militar” e também “por ter sido indiscreto na abordagem de assuntos de caráter oficial”. 

"Depois ele se meteu na politica e diz que é contra o sistema, mas viveu 28 anos de mandato de deputado federal, mais dois da Câmara de vereadores. É o cara que viveu da política o tempo inteiro, o tempo inteiro viveu às custas do Estado como tenente do Exército, viveu às custas do Estado como deputado e vereador e diz que é antissistema. Ele é o sistema!", detonou Lula, de forma exaltado.

Segundo o presidente, Bolsonaro representa "o sistema das coisas que não prestam no país, que causam prejuízo ao povo".

Antes, Lula falou da Caixa de Pandora - mito grego que conta que, ao ser aberta, a caixa deu origem aos males da humanidade - aberta pelo ex-presidente, que se traveste de candidatos da ultradireita neofacista nas eleições municipais.

"O demônio foi solto. As pessoas não tem mais vergonha de dizer que defende a tortura, que não gosta de pobre, de negro, de sindicalista", afirmou.

Como exemplo, sem citar os nomes, o presidente falou da postura de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno em São Paulo e de André Fernandes (PL), que disputa o segundo turno em Fortaleza e virou celebridade após divulgar um vídeo em suas redes, quando atuava como influenciador digital, depilando o ânus.

"Se você souber, aquele candidato de São Paulo a prefeito [Marçal]... o candidato de Fortaleza [André Fernandes] eu nem vou dizer porque ele virou famoso. Você deve saber a história. Essa gente que acha que é engraçado e pode ofender todo mundo. Eles são contra o sistema. O sistema são eles. Eles são [o sistema] porque são filhos da elite. E fica aquela teoria da prosperidade, como se fosse mantra religioso, que pudesse ficar rico", disparou, em mais uma estratégia levada à campanha pela ultradireita para conquistar votos de evangélicos.

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