O movimento armamentista elegeu 57 candidatos no primeiro turno das eleições municipais. Foram 46 vereadores e 11 prefeitos eleitos em diversas cidades do país. Ao todo, foram 211 candidaturas apoiadas pela Associação Nacional Movimento Pro Armas, conhecida pela sigla Proarmas. Os dados foram divulgados pelo Instituto Fogo Cruzado.
Entre os vereadores, 170 candidatos pró-armas se elegeram e, entre os prefeitos, foram 40 candidaturas. O levantamento ainda mostra que das 5.569 cidades do Brasil, 167 delas tinham candidatos apoiados pelo Proarmas no primeiro turno.
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O estado de Mato Grosso do Sul foi o que mais elegeu políticos armamentistas. Dos 63 candidatos que concorreram, foram eleitos 16. Em seguida, aparece Minas Gerais, com nove eleitos entre os 23 que concorriam; na sequência,São Paulo, com oito eleitos entre 25; e Goiás, com sete eleitos entre 20 concorrentes.
O Proarmas foi criado em 2020 por Marcos Pollon (PL), deputado federal mais votado do Mato Grosso do Sul em 2022. O movimento defende a ampliação do porte e posse de armas para civis. Em sua biografia no site do Proarmas, ele se define como "pró Deus, pró Vida e pró Armas". O grupo atua através de lobby junto a políticos e candidatos, enviando propostas para o Congresso Nacional a fim de flexibilizar o posse de armas no país.
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Para a diretora de Dados e Transparência do Instituto Fogo Cruzado, Maria Isabel Couto, o avanço político do Proarmas e outros movimentos armamentistas vem ocorrendo sem uma resposta à altura por parte dos defensores do controle de armas.
“A defesa da expansão do armamento civil há anos conta com uma bancada ativa no Congresso Nacional. A novidade que vimos em 2022 é uma maior organização entre candidatos, liderada pelo Proarmas [Associação Nacional Movimento Pro Armas]. Mais organizada", afirma.
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Capacidade de mobilização
Para ela, esse crescimento revela a capacidade de mobilizar a organização de uma base política consistente, o que não se encontra, de forma equivalente, no campo adversário. “Estamos acompanhando o fortalecimento de um movimento que defende mais armas nas ruas, enquanto os que advogam pelo controle do armamento civil assistem passivamente. Esse desequilíbrio já foi evidenciado em outras pesquisas, mostrando a falta de uma reação coordenada por parte daqueles que defendem a regulamentação e controle mais rigorosos das armas”, conclui a diretora.
O número de candidatos eleitos em 2024 representa aumento de cerca de 17% em comparação a 2022, quando foram eleitos 33 candidatos no primeiro turno. Já 20 chegaram a disputar o segundo turno.
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