TERRITÓRIO INDÍGENA

Lula convoca ministros por questão Yanomami: "não é possível perder guerra para o garimpo ilegal"

Apesar da série de medidas adotadas pelo governo federal desde o início do ano passado, garimpeiros seguem invadindo áreas indígenas.

Lula em reunião de ministros sobre a questão Yanomami.Créditos: Ricardo Stuckert
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Em uma reunião com 13 ministros, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), o advogado-geral da União, Jorge Messias, presidentes do Ibama, Rodrigo Agostinho, e da Funai, Joenia Wapichana, na manhã desta terça-feira (9), Lula disse que usará "todo o poder da máquina pública" em um esforço ainda maior para preservação da vida e do território Yanomami.

Indignado, o presidente afirmou que não é possível que o Estado perca a guerra para o garimpo ilegal.

“A gente vai decidir tratar a questão de Roraima, a questão indígena e a questão dos yanomami, como uma questão de Estado. Nós vamos ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter. Porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para o garimpo ilegal, para madeireiro ilegal, para pessoas que estão fazendo coisa contra o que a lei determina”, afirmou.

Apesar da série de medidas adotadas pelo governo federal desde o início do ano passado, garimpeiros seguem invadindo áreas indígenas.

"Hoje estamos fazendo uma reunião de balanço sobre a situação dos indígenas Yanomami e o que vamos fazer permanentemente para vencer essa guerra contra o garimpo ilegal, o vandalismo, contra os agressores do meio ambiente e o crime organizado. Estamos preparando novas ações ainda mais sérias contra invasores, com a participação de diversos ministérios envolvidos", escreveu Lula na rede X, antigo Twitter.

Novo cronograma de ações

No dia 21 de dezembro de 2023, a Justiça Federal de Roraima determinou a criação de um novo cronograma de ações contra o garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami. Na decisão, são citados a União, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF). Segundo o órgão, persiste a permanência de invasores no território, “o que afeta a segurança, a saúde e a vida dos povos indígenas”.

No dia 23 de dezembro, o presidente Lula convocou reunião ministerial, semelhante à desta terça-feira, e determinou que os órgãos federais reforçassem as medidas de proteção ao povo indígena yanomami, além de combaterem o garimpo ilegal em Roraima e no Amazonas. Nos encontros, foram feitos balanços das medidas implementadas na região em 2023 e o planejamento das próximas ações.

Após tomar posse, ainda em janeiro de 2023, Lula visitou a Terra Indígena Yanomami, em Roraima, e viu de perto a crise sanitária que atinge os indígenas, vítimas de desnutrição e outras doenças. A TI é a maior do país, em extensão territorial, e sofre com a invasão e violência de garimpeiros e com a contaminação da terra e da água pelo mercúrio utilizado no garimpo.

No balanço das ações realizadas no ano passado, o governo cita medidas para combater a situação sanitária e nutricional grave da população e os crimes ambientais.

A Polícia Federal deflagrou 13 operações, 114 mandados de busca e apreensão, 175 prisões em flagrante e apreendeu bens no valor de R$ 589 milhões. Ainda há 387 investigações em andamento. Além disso, foi feito o controle do espaço aéreo da TI Yanomami, para combater voos clandestinos e o suprimento aos garimpos.

Com informações da Agência Brasil