"Consegui ligar para um padre italiano [o sacerdote é descendente de imigrantes] idoso, missionário da juventude no Brasil, sempre trabalhando com os excluídos, com os pobres. E vive essa velhice em paz, consumiu sua vida com os pobres. Esta é a nossa Mãe Igreja, este é o mensageiro de Deus", afirmou o pontífice Jorge Bergolio em um vídeo, no ano de 2020.
Padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, é alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pela Câmara Municipal de São Paulo, orquestrada pelo vereador bolsonarista Rubinho Nunes (União Brasil). Em um discurso do Papa Francisco no Vaticano, ele elogiou os trabalhos de padre Júlio, que revelou ter tido uma conversa por telefone com o Papa.
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"O Papa disse que nos acompanha com carinho, sabe das dificuldades que vivemos e para que não desanimemos e tenhamos coragem, como Jesus, estando sempre junto dos pobres", disse Lancellotti na época, ao jornal O São Paulo, da Arquidiocese. O sacerdote da cidade mencionou a ligação na qual o Papa afirmou ter visto imagens do trabalho de assistência à população de rua durante a pandemia, fotos que recebeu por meio do Vatican News. Veja o vídeo:
Arquidiocese se pronuncia
A assessoria de imprensa da Arquidiocese de São Paulo difundiu uma nota, na noite da última quarta-feira (3), em que se posiciona sobre a investigação ao pároco, e disse em comunicado oficial, que acompanha "com perplexidade" a perseguição ao Padre Júlio através da abertura da CPI.
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"Na qualidade de Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, Padre Júlio exerce o importante trabalho de coordenação, articulação e animação dos vários serviços pastorais voltados ao atendimento, acolhida e cuidado das pessoas em situação de rua na cidade", diz a circunscrição da Igreja Católica”, diz a nota da Igreja. "Reiteramos a importância de que, em nome da Igreja, continuem a ser realizadas as obras de misericórdia junto aos mais pobres e sofredores da sociedade", prossegue.