COMUNICAÇÃO NAS REDES

Toc, toc, toc: Pimenta explica ironia à operação da PF contra Carlos Bolsonaro no perfil do governo

Publicação da Secretaria de Comunicação da Presidência que foi interpretada como deboche ao clã Bolsonaro viralizou nas redes

Publicação no perfil oficial do governo federal com o meme do "toc, toc, toc"".Créditos: Reprodução
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O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), Paulo Pimenta, resolveu responder às críticas e explicar o motivo pelo qual os perfis oficiais do governo federal nas redes sociais se aproveitaram de um meme que estava circulando, o do "toc, toc, toc", para divulgar uma campanha de prevenção à dengue

A publicação foi interpretada por muitos como uma ironia ou deboche ao clã Bolsonaro após a operação da Polícia Federal (PF) contra o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ). "Toc, toc, toc" virou um meme por fazer referência ao barulho das batidas na porta dadas pelo agente da PF. 

"Quando os agentes comunitários de saúde baterem à sua porta, não tenha medo, apenas receba-os", diz parte do texto da publicação veiculada no perfil oficial do governo federal nas redes sociais, junto a uma foto que mostra uma mão batendo à porta com a inscrição "toc, toc, toc". 

Postagem do perfil oficial do governo no Instagram (Reprodução)

A postagem em questão viralizou rapidamente. Boa parte dos apoiadores do atual governo aprovaram a forma como um assunto viral foi utilizado para repercutir outro. Bolsonaristas, entretanto, afirmam que a administração federal feriu o princípio de impessoalidade e alguns parlamentares da oposição anunciaram ações na Justiça contra a Secom. 

Ministro rebate 

Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secom, órgão responsável pela comunicação do governo nas redes sociais, rebateu os críticos sobre a publicação do "toc, toc, toc", afirmando que trata-se de uma estratégia que se aproveita de "janelas de oportunidades e fluxos". 

"É difícil para quem raciocina em uma linguagem analógica tradicional entender o papel dos algoritmos nas ‘janelas de oportunidades e fluxos’ que a comunicação digital precisar considerar. É como se tivesse um trem em alta velocidade passando. Se eu ficar na frente sou atropelado. Se eu embarco junto, viajo na velocidade do trem, e levo junto a minha mensagem", disse Pimenta. 

"A mensagem principal é a dengue o trem é a pauta do dia. É assim que funciona. O resto é especulação e tentativa de tirar o foco do que é central e relevante neste momento", prosseguiu o ministro. 

Em entrevista à GloboNews, o chefe da Secom voltou a tratar do assunto - e negou que a publicação em questão tenha ferido o princípio de impessoalidade do governo federal. 

“Qualquer publicitário, qualquer jornalista, quando vai pensar o tema que vai tratar no dia, o título de uma matéria, ele vai no Google e vê qual é o assunto do dia, e busca utilizar essa repercussão do assunto que está na mídia, que está, pelos algoritmos das redes sociais, lá em cima, para vincular uma determinada mensagem ao tema que está ‘bombando’”, declarou. 

“Eu peço que tenham o cuidado de ler a postagem. Não há nenhuma referência ao ex-presidente Bolsonaro, aos seus filhos, a operação da Abin, não há nenhuma referência. Podemos até fazer uma discussão aqui do ponto de vista publicitário se essa estratégia é uma estratégia correta ou não. Eu quero defender que sim. Nós não infringimos aqui, em nenhum momento, qualquer princípio da impessoalidade", afirmou ainda