A deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PT-RS) sinaliza que o partido deve apoiar a candidatura de Eduardo Paes (PSD) à Prefeitura do Rio de Janeiro caso indique o candidato à vice na chapa e aponta dois nomes cotados para o cargo.
Em entrevista à coluna de Bela Megale, do O Globo, a dirigente explicou a condição de apoio: "Na minha avaliação, para Paes ter o apoio do PT no Rio na eleição municipal, o partido precisa indicar o vice".
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Paes lidera as pesquisas de intenção de voto, com 36,2%, seguido de Alexandre Ramagem (PL), com 19,1%, e Tarcísio Motta (PSOL), com 17,8%, conforme a AtlasIntel, divulgada em 31 de dezembro do ano passado. Assim como em São Paulo, o PT não planeja lançar candidatura própria na capital fluminense.
De acordo com Gleisi, dois nomes são cogitados para compor a chapa de Paes pelo PT: a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que deve se candidatar à sigla em fevereiro; e o secretário de Assuntos Federativos do governo federal, André Ceciliano.
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Os dirigentes do partido apresentam opiniões distintas a respeito da candidatura de Anielle. Para o vice-presidente nacional do PT e deputado federal, Washington Quaquá (PT-RJ), embora a ministra seja "um quadro político e uma figura humana excepcional", seu nome ainda não seria o ideal para as eleições municipais.
"Para o PT do Rio, é muito bom que ela se filie. Pode concorrer a qualquer cargo, mas não para vice-prefeita neste momento, em que precisamos compor com o Eduardo Paes. Quem vai escolher o vice não é Brasília. É o PT do Rio", declarou o parlamentar.
Quaquá defende que o partido abandone a disputa pela vice-prefeitura de Paes com a projeção de facilitar uma aliança para as eleições gerais de 2026, com o foco de reeleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele entende como uma "imposição" a interferência dos parlamentares nacionais e cacifes da sigla no projeto estadual.
"Não podemos aceitar nenhuma imposição. Pode existir, em nível nacional, uma grande estratégia. Mas se o PT entender que quer a vice, quem tem que decidir é o PT do Rio com Paes. Brasília pode muito, muito, mas não pode tudo".
Diante do posicionamento declarado de Quaquá, Gleisi destaca que a opinião do dirigente não é consensual no PT e defendeu que haja diálogo com Paes, de modo a garantir um nome petista no Rio. Segundo ela, uma das prioridades do partido em 2024 é a eleição municipal da capital fluminense.