O advogado de Jair Renan Bolsonaro, filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), concedeu entrevista ao jornal Folha de S.Paulo e disse que a “história” revelada pela Operação Vigilância Permanente, realizada pela Polícia Federal e que investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fins escusos e pessoais do clã, é uma “narrativa” e uma “obra de ficção”.
Admar Gonzaga, que é ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, refutou a versão da PF de que a tal ‘Abin paralela’ agiu para proteger Jair Renan numa investigação criminal em que ele e um sócio, o personal trainer Allan Lucena, eram suspeitos de exercer tráfico de influência por meio de uma empresa instalada no Estádio Mané Garricha, em Brasília, para supostamente agenciar encontro entre essas pessoas e políticos do primeiro escalão do antigo governo.
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“Jair Renan não tem nada para esconder que precise de atuação de quem quer que seja, sobretudo de forma ilegal”, disse Gonzaga à Folha, classificando ainda as acusações como “narrativas” e “obras de ficção”.
O inquérito da PF revelou que um agente da ‘Abin paralela’, por ordens diretas de um imediato do ex-chefe da Abin, o hoje deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), teria inclusive realizado uma campana para monitorar Lucena, num estacionamento de Brasília, buscando informações sobre um carro elétrico de R$ 90 mil “doado” por um empresário à dupla de sócios. O araponga acabou abordado pela PM e precisou se explicar num procedimento interno da Polícia Federal, uma vez que é funcionário de carreira do órgão.
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Em relação ao software espião usado pelo governo Bolsonaro para bisbilhotar criminosamente opositores e desafetos políticos, o FirstMile, o advogado de Jair Renan também negou que algo de irregular tenha ocorrido, escondendo-se atrás da tese de que o sistema foi comprado na época do ex-presidente golpista Michel Temer (MDB).
“Não foi comprado o equipamento na época do [ex-]presidente Bolsonaro. O que eu estou vendo é especulação política sobre essa questão”, completou o advogado à Folha.