ORCRIM BOLSONARISTA

Abin paralela de Ramagem e Bolsonaro guardava dados em Israel, de Netanyahu

Empresa israelense Cognyte armazenou dados de mais de 30 mil brasileiros alvos da arapongagem. Desde 2019, Carlos Bolsonaro viajou com o pai para Israel na tentativa de adquirir novos softwares espiões.

Jair Bolsonaro e Benajmin Netanyahu no Muro das Lamentações, em Israel.Créditos: Alan Santos/PR
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O sistema de arapongagem montado por Jair Bolsonaro (PL) na Agência Brasileira de informação (Abin), comandada à época por Alexandre Ramagem, armazenava dados em nuvens virtuais localizadas em Israel, paíse de origem da empresa Cognyte, que vendeu ao Exército o software FirstMile.

"A investigação tem apurado que de fato houve durante um período o monitoramento de muitas pessoas, estima-se em torno de 30 mil pessoas, clandestinamente, ou seja, de maneira ilegal", disse o diretor-geral da PF, Andrei Passos, em entrevista à GloboNews. 

"Esses dados de monitoramento dos cidadãos brasileiros estavam armazenados em nuvens em Israel, porque a empresa responsável por essa ferramenta é israelense", emendou.

O software foi adquirido pelo general Walter Braga Netto no final de 2018, quando comandava o Gabinete de Intervenção Federal na segurança pública do Rio de Janeiro. No ano seguinte, o FirstMile passou a ser usado pela Abin, já sob o governo Bolsonaro, para investigar desafetos do presidente.

"[O software] permite o rastreio mediante a invasão dos aparelhos. Não é apenas monitoramento de antena. Ou seja, há monitoramento telefônico de sinais que apontam a localização exata que essas pessoas estão. E aí, a partir de cruzamento de informações [...] posso concluir que eles se encontraram em determinado momento e em determinadas circunstâncias. Portanto, isso traz uma série de consequências", afirmou Passos.

Carlos Bolsonaro em Israel

Obsessão de Carlos Bolsonaro, a Abin paralela passou a usar o software FirstMile, da empresa israelense Cognyte, após o filho "02" de Jair Bolsonaro (PL) tentar trazer para o Brasil a ferramenta de espionagem Pegasus, desenvolvida pela também israelense NSO e usada por ditadores em todo o mundo para monitorar desafetos.

A primeira tentativa de comprar os softwares espiões se deu em março de 2019, quando Carlos viajou com o pai na primeira missão oficial a Israel.

O vereador viajou ao menos outras três vezes para o país, que promove o genocídio na Faixa de Gaza, para tentar adquirir softwares espiões de última geração para invadir celulares.

Durante todo o mandato, Bolsonaro manteve relação estreita com o governo sionista de Benjamin Netanyahu. E mesmo após deixar o Palácio do Planalto o ex-presidente mantém contato com autoridades israelenses.

Em novembro, em meio ao massacre promovido por Israel no território palestino, Bolsonaro compareceu em ato de parlamentares extremistas com o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine.