ARAPONGAGEM

Abin teria atuado para favorecer Flávio Bolsonaro e Jair Renan, aponta investigação

A Polícia Federal deflagrou a Operação Vigilância que investiga o uso da Agência Brasileira de Inteligência para espionagens ilegais durante governo Bolsonaro

Abin teria atuado para favorecer Flávio Bolsonaro e Jair Renan, aponta investigação.Créditos: Reprodução redes sociais
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Investigação da Polícia Federal trabalha com a suspeita de que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para fornecer dados para que Flávio Bolsonaro e Jair Renan, filhos do ex-presidente Bolsonaro (2019-22), usassem para se defenderem de investigações judiciais.

Segundo informações da jornalista Daniela Lima, no G1, existe a suspeita de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) contou com ajuda da Abin para se defender no caso das chamadas "rachadinhas" realizadas no seu gabinete quando deputado estadual no Rio de Janeiro.

Além de Flávio, o filho "04", Jair Renan, também teria sido favorecido pela Abin. De acordo com informações da jornalista Ana Flor, a Abin monitorava pessoas do convívio de Renan e espionava as comunicações de um amigo de Renan.
 

Abin foi usada para investigar ministros do STF
 

Investigação da Polícia Federal aponta que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e governadores foram espionados de maneira ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob o comando de Alexandre Ramagem, que hoje é deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro.

De acordo com informações da jornalista Daniela Lima, no G1, os ministros do STF que foram alvo de espionagem ilegal da Abin são: Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes. O governador espionado foi Camilo Santana, à época da araponga em Santana comandava o estado do Ceará, hoje ele é ministro da Educação do governo Lula. Outros governadores foram espionados, mas os nomes não foram revelados.

Quem também foi espionado de forma ilegal foi o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).


Alexandre Ramagem é o principal alvo da operação da PF
 

O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) é um dos principais alvos da Operação Vigilância da PF deflagrada nesta quinta-feira (25). O gabinete, o apartamento funcional no DF e a casa do deputado no Rio são alvos de busca e apreensão da PF. Até este momento, o parlamentar não se pronunciou.

No total, a Polícia Federal está cumprindo 21 mandados de busca e apreensão, além de medidas cautelares diversas da prisão, incluindo a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências ocorrem em Brasília/DF (18), Juiz de Fora/MG (1), São João Del Rei/MG (1) e Rio de Janeiro/RJ (1).

Continuação da Operação Última Milha

Esta operação é uma continuação das investigações da Operação Última Milha, deflagrada em 20/10/2023. As provas obtidas na época indicam que o grupo criminoso estabeleceu uma estrutura paralela na Abin, utilizando ferramentas e serviços da agência para ações ilícitas. Isso inclui a produção de informações com fins políticos e midiáticos, visando benefícios pessoais e até mesmo interferência em investigações da Polícia Federal.

Os investigados podem responder, conforme suas responsabilidades, pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, informáticas ou telemáticas sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei.

Valdemar Costa Neto: "Perseguição"

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, declarou à jornalista Andréa Sadi que o seu partido é alvo de perseguição por abrigar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Além de Ramagem, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também foi alvo de operação da PF na semana passada, mas por envolvimento nos atos golpistas do 8 de janeiro.

"Isso está claro, a perseguição que estão fazendo no PL por causa do Bolsonaro. Isso é uma perseguição", disse Valdemar Costa Neto.

O presidente do PL também criticou as operações da PF dentro dos gabinetes dos parlamentares investigados e atacou o ministro do STF, Alexandre de Moraes. "Esse negócio de ficar entrando nos gabinetes é uma falta de autoridade do Congresso Nacional. O presidente do Congresso Nacional [Rodrigo Pacheco] não reage. O presidente do Congresso Nacional deveria ter a coragem de fazer o impeachment do Alexandre de Moraes, de afastar ele do Supremo, porque é uma vergonha o que ele está fazendo com nossos deputados e outros deputado também", criticou.

Por fim, Valdemar Costa Neto afirmou que a pré-candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio está mantida e que essa operação contra ele o fortalece e pode fazer com que ele eleja "com mais facilidade no Rio de Janeiro".