TRABALHO COMUNITÁRIO

Padre Júlio Nobel da Paz: ação pode receber apoio do governo Lula

Sociólogo e ex-ouvidor da polícia de São Paulo sugeriu a Silvio Almeida um respaldo formal pelo trabalho do pároco

Lula declarou que trabalho do padre Júlio é fundamental "para dar amparo a quem mais precisa".Créditos: Ricardo Stuckert - Lula e Padre Júlio Lancelotti
Escrito en POLÍTICA el

A campanha em prol da nomeação do padre Júlio Lancellotti ao Nobel da Paz poderia ser apoiada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em uma reunião com o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, o sociólogo Benedito Mariano, ligado ao PT, teria sugerido a proposta, em meio aos ataques ao pároco.

Segundo Mariano, a atuação de Lancellotti na região central da capital paulista exemplifica suas motivações pelo apoio à premiação internacional: "A radicalidade com que Padre Júlio defende e valoriza as pessoas em situação de rua o santifica", disse em entrevista à CNN Brasil.

No encontro, Mariano informou que procuraria os ministros Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, e Mauro Vieira, de Relações Exteriores, para dar respaldo à sugestão. Ele também propôs que Silvio Almeida procure apoio do papa Francisco.

Junto ao ministro dos Direitos Humanos e o padre, esteve Paulo Pedrini, coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo, que se pronunciou sobre a perseguição promovida pela extrema direita paulistana – e capitaneada pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) – contra Júlio Lancellotti.

"A Câmara deveria, ao contrário, premiá-lo por sua ação corajosa, permanente e profética de defesa das pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo", declarou a respeito da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das ONGs, que investigará as organizações que trabalham com pessoas em situação de rua.

Benedito Mariano trabalhou na Arquidiocese de São Paulo como diretor do Centro Santos Dias de Direitos Humanos por 13 anos, entre 1982 e 1995. De acordo com ele, o padre Júlio comunicou agradecimento com a sugestão proposta ao Ministério dos Diretos Humanos e da Cidadania (MDHC).

Mariano teve experiência como ouvidor da polícia do Estado de São Paulo e foi secretário de Segurança Urbana nos mandatos de Marta Suplicy (2001-2004) e Fernando Haddad (2013-2016), em São Paulo (SP) e de Luiz Marinho, em São Bernardo do Campo (SP), todos do PT.

Ele exerce o cargo de presidente do Conselho Nacional de Secretários e Gestores Municipais de Segurança e é secretário de Defesa Social da Prefeitura de Diadema (SP), onde a pasta passou a vigorar com o nome de Secretaria de Segurança Cidadã.

"O conceito de cidadania resume o modelo de atuação que queremos ver na GCM [Guarda Civil Municipal], com presença permanente nos arredores de espaços públicos como escolas, creches, unidades de saúde entre tantas outras", explicou.