MÍDIA SIONISTA

Gleisi detona Globo, Estadão e Folha por ataque a Lula: "têm lado na guerra de extermínio" de Israel

Em editoriais uníssonos, os três jornalões atacaram Lula pelo apoio à ação da África do Sul que pede a condenação do governo sionista por genocídio dos palestinos em Gaza.

Gleisi Hoffmann.Créditos: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), rebateu os editoriais dos jornais O Globo, Estadão e Folha de S.Paulo que, em uníssono nesta sexta-feira (12), atacaram Lula por causa do apoio do presidente à representação da África do Sul no Tribunal de Haia acusando Israel de genocídio em Gaza.

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"Quem vai decidir sobre os fundamentos na ação da África do Sul contra Israel, ante o massacre da população palestina, é a Corte Internacional de Justiça", diz Gleisi, ressaltando que os jornalões da mídia liberal repetem "a defesa do governo de extrema-direita de Netanyahu".

"Acusam Lula de intempestivo, parcial, desequilibrado e antissemita, mesmo tendo de reconhecer os muitos crimes cometidos contra população de Gaza, numa retaliação que foi muito além do direito de autodefesa. Apegam-se a controvérsias sobre uma palavra – genocídio – para não analisar objetivamente os fatos, a tragédia do povo palestino", emenda.

A presidenta do PT ainda expõe a relação da mídia promíscua entre a mídia liberal e máquina de propaganda pró Israel comandada pelo movimento sionista internacional.

"Os jornalões mostram que têm lado nesta guerra de extermínio. O lado do mais forte. E condenam Lula por defender a humanidade contra a barbárie".

"Antissemitismo contemporâneo"

Nos editoriais desta sexta, O Globo, Estadão e Folha ecoam a versão da máquina de propaganda sionista, de que as críticas ao ataque desumano que pretende dizimar o povo palestino, são parte do "antissemitismo contemporâneo".

Em editorial no jornal O Globo, a família Marinho - que controla o grupo de comunicação - classifica como "lastimável" a adesão de Lula à ação e faz eco à propaganda sionista, de que as críticas à ação cruel e desumana das Forças de Defesa de Israel no território palestino tratam de "antissemitismo".

"Ao atender ao pedido do embaixador palestino no Brasil, Lula viola a tradição de equilíbrio da diplomacia brasileira, banaliza uma acusação que só deveria ser feita com a maior parcimônia, em atitude que fortalece a vertente mais insidiosa do antissemitismo contemporâneo", diz o texto.

Os editoriais d'O Globo e do Estadão parecem até mesmo terem sido combinados ao usar os argumentos da propaganda sionista e lembrarem que o termo genocídio foi cunhado justamente para definir a perseguição de Adolph Hitler aos judeus na Alemanha nazista.

"A palavra foi cunhada justamente para descrever o crime dos nazistas contra judeus e outras minorias. Foi descrita na Convenção do Genocídio de 1948 como tipo penal definido por atos cometidos “com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Só indivíduos são julgados por genocídio, jamais um país", diz O Globo, defendendo ainda que a ação deveria ser proposta no "Tribunal Penal Internacional, que Israel não reconhece".

"Ciente de que a acusação de “genocídio” contra Israel é voz corrente entre a militância esquerdista no Brasil e no mundo, Lula adere ao exagero retórico na expectativa de parecer um humanista, sem se preocupar muito com as consequências práticas de seus atos e palavras em relação aos interesses do Brasil que ele governa", ecoa o Estadão.

Já a Folha diz, de forma contundente, que "genocidas foram os nazistas contra judeus e outras minorias na 2ª Guerra Mundial, o Império Otomano contra armênios em 1915 e 1916 e hutus contra tutsis em Ruanda em 1994", abstendo os sionistas pelo genocídio recorrente contra os palestinos, que começou já durante a ocupação na região.

De forma mais branda que seus asseclas, a Folha diz que o "Brasil erra ao deixar equidistância na guerra; saída de Netanyahu seria melhor", defendendo a deposição do premiê extremista de Israel, Benjamin Netanyahu. 

"Além de ser o pivô da radicalização religiosa da política em seu país, ele chefia o gabinete humilhado pela penetração desimpedida de milhares de terroristas em Israel", diz o jornal da família Frias.

Para justificar que "um país" não pode ser julgado por genocídio, O Globo tem o disparate de dizer que "o Exército de Israel diz adotar cuidados para poupar civis e garantir o fluxo de auxílio humanitário" e defender a versão sionista que diz que "já comprovou o uso de hospitais e escolas como instalações militares pelo Hamas".

Na explanação nesta quinta-feira no Tribunal de Haia, os representantes da África do Sul destacam justamente os ataques em hospitais "com tudo o que continham, incluindo bebês” e cita o comportamento deplorável dos militares israelenses, visto em vídeos nas redes sociais, e de seus comandantes, que defendem a aniquilação dos palestinos e a incorporação de Gaza a Israel, como é previsto pelos sionistas antes mesmo da criação do Estado.

"O exército israelense celebra a destruição de vilas e cidades, e os soldados filmam cenas de bombardeio e destruição de casas, vilas e cidades, e querem instalar assentamentos sobre as ruínas dos palestinos", disse um dos representantes da África do Sul.