O deputado federal André Janones (Avante-MG), investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela suposta prática de rachadinha - esquema de desvio de salário de assessores - em seu gabinete, anunciou uma suposta reviravolta no caso.
Nesta sexta-feira (12), através do X (antigo Twitter), Janones informou que, segundo seu advogado, todos os seus assessores e ex-assessores prestaram depoimento à Polícia Federal (PF) e negaram terem praticado ou presenciado rachadinha.
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"Acabei de receber do meu advogado a notícia de que todos os assessores e ex assessores envolvidos nas denúncias de rachadinha (inclusive os que me denunciaram), concluíram os seus depoimentos. E adivinhem? Todos eles, absolutamente TODOS disseram nunca terem praticado ou presenciado a prática da rachadinha em meu gabinete . Além disso, TODOS ELES abriram mãos dos seus sigilos bancários, fiscais e telefônicos", escreveu o parlamentar.
"Porque será que a imprensa não divulgou uma linha sequer sobre isso? Está chegando a hora da verdade vir a tona! Aguardem, porque as próximas semanas prometem!", prosseguiu.
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Nova investigação
Além do inquérito do STF sobre a suposta prática de rachadinha no gabinete de Janones, o Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal abriu, no final de 2023, uma investigação para apurar se houve improbidade administrativa por parte do deputado.
O despacho com o pedido de investigação foi assinado pelo procurador Daniel Cesar Azeredo Avelido, após notícia crime apresentada pelo ex-deputado e ex-procurador Deltan Dallagnol.
Entenda o caso
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, autorizou no início de dezembro de 2023 a abertura de um inquérito para apurar as acusações de prática de rachadinha (nome popular para o crime de peculato) contra o deputado federal André Janones (Avante-MG), após o vazamento de áudios em que o parlamentar falar a respeito do repasse de parte dos salários de servidores de seu gabinete.
A solicitação de abertura de investigação havia sido solicitada ao STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que viu indícios de prática ilícita nos áudios apresentados à imprensa por pessoas que já trabalharam com o deputado. O ministro do Supremo determinou que sejam colhidos depoimentos dos acusados, de assessores e de ex-assessores envolvidos na denúncia.
Será a Polícia Federal que ficará responsável pelo inquérito. O órgão terá 60 dias para apurar o suposto cometimento de crime, pelo menos incialmente, segundo a determinação de Fux despachada nesta tarde. “Verifica-se que os pedidos de diligências formulados pelo Ministério Público Federal se encontram fundamentados nos indícios de suposta prática criminosa revelados até o momento. Nesse contexto, a suspeita de prática criminosa envolvendo detentor de prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal demanda esclarecimentos quanto à eventual tipicidade, materialidade e autoria dos fatos imputados”, escreveu o magistrado do STF.
Janones nega as acusações.