O Supremo Tribunal Federal (STF), por decisão do ministro Luiz Fux, determinou não apenas que o fotojornalista Lula Marques possa voltar a exercer seu direito de trabalhar, mas também garantiu a todos os profissionais de imprensa o livre exercício profissional nas sessões da CPMI do 8 de Janeiro.
No final de agosto, em atitude autoritária e contrária à liberdade de imprensa, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), censurou o trabalho de Lula e o proibiu de ingressar no local onde estão sendo realizadas as sessões.
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A decisão foi tomada depois que o profissional fez uma foto da troca de mensagens no celular entre uma repórter e o senador Jorge Seif (PL-SC), em que falavam sobre a operação de busca e apreensão realizada contra Jair Renan Bolsonaro. O filho do ex-presidente trabalha no gabinete do parlamentar.
Lula destacou na ocasião que fez a foto e a publicou em suas redes sociais, como sempre acontece. “Acho que o senador ligou para o Arthur Maia. O Arthur Maia, com o viés autoritário que ele tem, da direita, um cara que votou a favor do golpe contra a Dilma, tem várias fotos dele com o Bolsonaro, então, eu entendo a atitude dele de não querer viver numa democracia e, principalmente, com liberdade de imprensa. Eles sabem que a gente mostra, muitas vezes, coisas que eles não querem”, disse.
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Decisão fortalece liberdade de imprensa
“Estou muito feliz. A decisão fortalece nossa democracia e, principalmente, a liberdade de imprensa. É uma resposta clara do Supremo a essas cadelas golpistas que vivem no cio”, disse Lula, em uma analogia à célebre frase do dramaturgo alemão, Bertolt Brecht: “A cadela do fascismo está sempre no cio”.
“Agora, é continuar o meu trabalho aqui dentro, vou continuar fotografando tudo o que eu fiz até hoje na minha vida. Acho que é o que o senador Esperidião Amin falou: cada um que tome conta do seu celular”, afirmou o profissional.
“A democracia ganhou mais uma vez. A melhor resposta será na próxima reunião da CPMI. Vou chegar lá e quero ver se vão me proibir de entra de novo”, concluiu.
O advogado de Lula Marques na questão foi Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.