A saída de Jair Bolsonaro da presidência da República representou um alívio para o trabalho da imprensa no Brasil. É o que aponta o ranking mundial de liberdade de imprensa, relatório da organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF), apresentado anualmente no dia 3 de maio, Dia da Liberdade de Imprensa.
O Brasil subiu 18 posições. O país, que estava na 110ª colocação, teve evolução no índice e chegou ao 92º lugar. Apesar da melhora, a situação ainda é considerada problemática.
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No relatório, a entidade atribui a melhora na posição à saída de Jair Bolsonaro do poder, que atacou sistematicamente jornalistas e veículos de comunicação durante seu mandato. "O Brasil (92º) sobe 18 posições, devido à saída de Jair Bolsonaro, cujo mandato foi marcado por uma forte hostilidade contra jornalistas, e a volta ao poder de Lula da Silva, trazendo uma promessa de melhora", destaca o estudo.
Os dados incluíram até pelo menos março de 2023.
O relatório chama a atenção também para a concentração midiática no setor privado no Brasil. De acordo com o estudo, isso se traduz em uma relação quase incestuosa entre os poderes políticos, econômicos e religiosos. "Dez grandes conglomerados corporativos, de propriedade de dez famílias, dividem o mercado, sendo os cinco maiores Globo, Record, SBT, Bandeirantes e Folha. A independência editorial dos meios de comunicação regionais e locais é seriamente comprometida pela publicidade governamental, e os veículos públicos sofreram graves ingerências editoriais durante o governo Bolsonaro", aponta.