GOLPISMO

Malafaia entra na mira de Flávio Dino por vídeo em que manda generais "botar o pé na porta"

Mensagem golpista do pastor está na lista elaborada pelo ministro da Justiça e enviada ao governo do DF como alerta sobre possíveis atos antidemocráticos no dia 7 de setembro

O pastor bolsonarista Silas Malafaia.Créditos: Marcos Corrêa/PR
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O pastor evangélico Silas Malafaia está na mira do ministro da Justiça, Flávio Dino, por um vídeo de teor golpista que vem sendo utilizado em convocatórias de bolsonaristas para atos potencialmente antidemocráticos no feriado de 7 de setembro, Dia da Independência. 

Na gravação, feita em agosto, Malafaia xinga o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de "ditador de toga", dispara contra a prisão de bolsonaristas envolvidos com os atos golpistas do dia 8 de janeiro e ainda cobra uma postura golpista de generais das Forças Armadas diante do caso do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro que está preso desde maio. 

"Sabe por que o ditador de toga Alexandre de Moraes comete todas essas injustiças? Nós temos meia dúzia de generais de 4 estrelas que são covardes e frouxos. Não estou falando de golpe, não. Escute bem. Não é o Exército Brasileiro. É meia dúzia de general de 4 estrelas que são frouxos e poderiam botar o pé na porta", dispara Malafaia. 

O vídeo em questão vem sendo utilizado em postagens de bolsonaristas com convocações para atos extremistas no Feriado da Independência. "Dia 7 de setembro será GIGANTESCO", diz a legenda das publicações com a mensagem de Malafaia. 

Assista

Pelo fato do discurso de Malafia estar, potencialmente, sendo utilizado para mobilizar golpistas a encamparem atos antidemocráticos em 7 de setembro, o ministro Flávio Dino o juntou a outros 9 vídeos e encaminhou a lista com convocatórias que vêm sendo feitas por bolsonaristas ao governo do Distrito Federal para que medidas preventivas sejam tomadas. 

Segurança no 7 de setembro 

Um gabinete de mobilização para o feriado da Independência, em 7 de setembro, foi criado no Distrito Federal. A decisão foi tomada pela governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), e publicada em edição extra do Diário Oficial do DF desta quinta-feira (31).

O chamado Gabinete de Mobilização Institucional foi instituído para “promover a ordem pública e social, coordenar as atividades administrativas e acompanhar os eventos de 07 de setembro de 2023”, como diz o decreto Nº 44.911. Na prática, a medida quer evitar um novo 8 de janeiro, quando bolsonaristas com intenções golpistas invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes.

A decisão foi tomada após um alerta do ministro da Justiça, Flávio Dino, que enviou um ofício ao governo do DF com informações sobre possíveis problemas no feriado da Independência.

Como funcionará a mobilização

O Gabinete será coordenado pela Secretaria de Segurança Pública do DF. Também estão na composição do grupo as secretarias de Proteção da Ordem Urbanística (DF LEGAL) e de Saúde do DF, e o Serviço de Limpeza Urbano (SLU/DF).

O ofício também determina que poderão ser convidados a participar do Gabinete os ministérios da Justiça e da Defesa; o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI); o Senado; a Câmara dos Deputados; o Supremo Tribunal Federal (STF); a Procuradoria-Geral da República (PGR); a Polícia Federal (PF); a Agência Brasileira de Inteligência (Abin); o Ministério e a Defensoria Públicos do DF e a subseção do DF da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

O grupo atuará na “coordenação das atribuições administrativas” e poderá “adotar as medidas administrativas necessárias à preservação da estabilidade institucional e da proteção dos bens, serviços e instalações”.

As atividades do Gabinete de Mobilização Institucional terão duração de dez dias, a contar de 1º de setembro. As entidades participantes deverão indicar representantes para o grupo em um prazo de 24 horas.