A ministra Anielle Franco, da Igualdade Racial, exonerou na tarde desta terça-feira (26) a assessora Marcelle Decothé por conta de uma publicação extremamente infeliz, feita pela servidora no último domingo (24) durante a final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo.
Na ocasião, a flamenguista Decothé usou uma foto com uma dezena de torcedores são-paulinos para dizer que toda a torcida do clube seria um reduto de pessoas brancas descendentes de “europeus safades”. E pior ainda, “paulistes”.
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A declaração viralizou nas redes sociais como munição para perfis e canais de extrema direita atacarem não apenas a pasta e o Governo Lula, mas a própria ideia de defesa das minorias sociais e dos direitos humanos, utilizando-se do discurso infantil e generalista da assessora.
“O Ministério da Igualdade Racial reafirma seu compromisso inegociável com a promoção de direitos e com a igualdade étnico-racial, a partir de princípios como a transparência e o cuidado. Com nove meses de atual gestão e um legado de luta de muitas e muitos que constroem as políticas de enfrentamento ao racismo no país, reerguemos a agenda de ações afirmativas e colocamos em prática medidas fundamentais de inclusão e valorização da população negra. De acordo com esses princípios, e para evitar que atitudes não alinhadas a esse propósito interfiram no cumprimento de nossa missão institucional, informamos que Marcelle Decothé da Silva foi exonerada do cargo de Chefe da Assessoria Especial deste Ministério na data de hoje”, diz nota do Ministério republicada nas redes sociais oficiais.
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De acordo com a pasta, as manifestações públicas da servidora em suas redes estão em evidente desacordo com as políticas e objetivos do Ministério da Igualdade Racial (MIR).
“Recém-instalado pelo Ministério, o Comitê de Integridade, Transparência, Ética e Responsabilização - instância interna de debate e deliberação sobre situações que envolvam temas de transparência, integridade pública, ética e questões disciplinares de caráter abrangente – vai investigar o caso e atuar para prevenir ocorrências que contrariem os princípios norteadores da missão do Ministério”, conclui a nota do MIR.
Mais cedo, a ministra Anielle Franco telefonou para Julio Casares, presidente do São Paulo, para se desculpar sobre a publicação da agora ex-assessora.