Pouco mais de 10 dias após a posse tímida de Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no Ministério dos Portos e Aeroportos, na mini reforma ministerial feita para acomodar o Centrão, o Republicanos lançou uma campanha nas redes sociais para dizer que "não vota com o governo Lula".
"De tempos em tempos, surgem insinuações infundadas sobre possíveis mudanças em nossas posições políticas devido ao governo atual. Tais posturas visam minar nossos princípios e valores, numa clara tentativa de confundir nossos filiados, eleitores e simpatizantes", diz o texto na rede X, antigo twitter, publicado juntamente com imagem escura que diz "não votamos com o governo Lula".
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Na sequência, com imagem com a bandeira brasileira, o Republicanos afirma que "votamos a favor do Brasil e dos brasileiros".
A campanha ainda divulga "10 macrotemas fundamentais" dispostos no programa do partido, cunhado em 2019 - entre eles "o apoio ao casamento tradicional" -, e afirma que os políticos da sigla "não abrirão mão dos nossos valores e, como conservadores, estamos comprometidos a viver em harmonia e respeito com todos".
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"Portanto, nosso compromisso não se resume a apoiar projetos do governo Lula ou de quaisquer outros governos; ele se concentra em apoiar o que acreditamos ser o melhor para o país e para os brasileiros", diz o texto do Republicanos, que foi um dos principais partidos da base do governo Jair Bolsonaro (PL).
Tarcísio e Damares
A ida de Silvio Costa Filho para o governo causou revolta na ala do partido comandada por nomes como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), o senador e ex-vice de Bolsonaro, general Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e, principalmente, no governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, que ameaçou deixar a sigla.
Para permanecer no Republicanos, Tarcísio exigiu que Costa Filho se licenciasse das funções na executiva do partido.
A outra exigência do governador paulista era justamente que o partido se mantivesse "independente", ou seja, que não faria parte da base do governo Lula no Congresso Nacional.
Tarcísio ainda quer usar Costa Filho no ministério para privatizar o porto de Santos, uma de suas bandeiras como ministro de Bolsonaro e que foi cancelada com a pasta sob o comando de Márcio França, que deixou o posto para dar lugar ao político do Centrão.
Braço político da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), de Edir Macedo, o Republicanos tem uma bancada de 41 deputados e 2 senadores, que são essenciais para o governo obter maioria em votações delicadas no legislativo.