O “jornalista” Alexandre Garcia, que há alguns anos vem atuando como uma espécie de porta-voz informal do bolsonarismo mais bufo, teve que ler no ar um direito de resposta exigido pela Advocacia-Geral da União (AGU) após ter dito em seu canal no YouTube que as enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul na última semana, deixando 47 mortos, teriam sido provocadas por uma abertura proposital de comportas (que sequer existem) em usinas hidrelétricas do estado, imputando uma absurda culpa ao PT pelo fato que havia inventado.
A difusão aberta e descarada desta fake news gerou revolta no Executivo federal, que por meio da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), vinculada à AGU, exigiu que o comunicador ultrarreacionário desmentisse o que havia dito.
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No início da nota lida durante um programa do canal da Revista Oeste, no YouTube, Garcia ainda aproveitou para fazer mais uma chacrinha quando disse que o direito de resposta é um instrumento “sagrado” da Constituição Federal, aproveitando para dizer que o “direito à expressão do pensamento” também é. A atitude do veterano “jornalista” nada tem a ver com essa garantia, tratou-se inequívoca e somente de mentira.
“Em relação à declaração feita pelo jornalista Alexandre Garcia, no programa "Oeste sem Fronteiras" [Oeste sem Filtro, na verdade], no canal da Revista Oeste na plataforma Youtube, no dia 8 de setembro de 2023, o Ministério de Minas e Energia (MME) esclarece que a operação das três usinas hidrelétricas no Rio Grande do Sul, citadas pelo comentarista, não contribuíram ou agravaram a tragédia que atingiu a região serrana e do Vale do Rio Taquari. A região foi castigada pelas fortes chuvas que causaram grandes inundações em cidades da região, causando mortes e grandes estragos. As represas em questão foram instaladas após concessão regular pela União, resultante de licitação conduzida pela Agência Nacional de Energia Elétrica no ano 2000, tendo o licenciamento ambiental adequado e sua renovação periódica junto ao órgão competente sido fixados como requisitos essenciais a serem cumpridos por todos os licitantes para a participação no certame, e também pelo vencedor concessionário. As três usinas são do tipo vertedouro de soleira livre, não possuindo comportas para armazenamento ou retenção de água para a geração de energia, não controlando, portanto, o fluxo de água nos rios. O Ministério de Minas e Energia lamenta a politização de tragédia que, infelizmente, assolou cidades gaúchas e trouxe imenso sofrimento a inúmeras famílias. Por fim, o Ministério de Minas e Energia e a Advocacia-Geral da União reforçam o compromisso com a transparência da informação na Administração Pública, bem como reiteram o apoio do Governo Federal nos esforços de socorro ao Rio Grande do Sul neste momento extremamente delicado enfrentado pela população gaúcha. Este esclarecimento atende a pedido realizado à Revista Oeste pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), órgão da Advocacia-Geral da União (AGU), que tem como uma de suas atribuições realizar o enfrentamento de ações de desinformação que atingem políticas públicas”, disse Garcia, lendo.
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