O ministro da Justiça, Flávio Dino, foi questionado durante sessão solene de lançamento de nova ação para buscas de pessoas desaparecidas, realizada nesta quarta-feira (31), sobre uma nova fake news bolsonarista relacionada ao 8 de janeiro. Naquela data, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teriam tentado dar um golpe de Estado no Brasil.
De acordo com a nova fake news que circula pelas redes, a Força Nacional, que estava próxima dos prédios dos Três Poderes, destruídos pela horda bolsonarista, nada fez para impedir a invasão. Ao ser questionado sobre tal mentira, Flávio Dino desmontou ponto por ponto da falsa informação espalhada por setores golpistas da extrema direita.
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"’Mas a Força Nacional estava parada no Ministério da Justiça’. A Força Nacional não estava parada no Ministério da Justiça. Ela estava cumprindo o que foi acordado no dia 7 de janeiro na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal”, inicia Dino.
Em seguida, Dino lembra que o papel da Força Nacional no dia 8 de janeiro foi acordado em reunião na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal um dia antes do ataque golpista.
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“Esse fato foi, inclusive, expressamente declarado pelo delegado Fernando [Batista Fernandes], que era o secretário de Segurança Pública em 8 de janeiro. Vocês podem conferir o depoimento do delegado Fernando. Quando Andrei [diretor-geral da Polícia Federal] se dirigiu à Secretaria de Segurança Pública em 7... A primeira reunião ocorreu em 6, registrada em protocolo; em 7, o doutor Andrei convocou uma nova reunião, que teve início por volta das 12h e onde afirmou: 'olha, temos a Força Nacional'. O que foi pactuado lá? Qual a concordância que recebemos? A Força Nacional para proteger o Ministério da Justiça e a sede da Polícia Federal. Portanto, a Força Nacional estava aqui e não estava parada. Ela estava cumprindo o pactuado em 7 de janeiro ao meio-dia na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal”, explica Dino.
Posteriormente, Flávio Dino afirma que o papel da Força Nacional muda quando o presidente Lula (PT) autoriza intervenção federal no Distrito Federal. “E quando isso muda? Muda quando há intervenção federal. Nós estávamos no comando, e aí não precisava de concordância. Esses são os fatos. Esta é a verdade; o resto é pura fantasia”, afirma.
O senador Sérgio Moro (União-PR) é criticado pelo Ministro da Justiça por endossar a fake news sobre o papel da Força Nacional em 8 de janeiro. “Fico chocado ao ver pessoas que se dizem juristas dizerem assim: 'no meu tempo não era necessário concordância'. É claro, pois a decisão do Supremo Tribunal Federal é de 2020 e esse senhor [Sérgio Moro] já não estava mais no Ministério da Justiça, tendo sido demitido pelo ex-presidente Bolsonaro”.
“Quando Anderson Torres assume, meu antecessor, há dezenas de ofícios dele cumprindo a decisão do Supremo. Além disso, houve um pedido de informações do deputado Ivan Valente (PSOL-SP), questionando meu antecessor: 'ministro, a Força Nacional continuará sem concordância?'. A resposta do meu antecessor foi: 'Não, pois o Supremo decidiu que a concordância é imprescindível'. Isso foi decidido em 2020 e é esse o cenário aqui no Ministério [da Justiça], praticamente todas as semanas”, conclui Flávio Dino.