Fabio Wajngarten, ex-Secom e atual assessor de Bolsonaro, revelou ao jornal O Globo nesta quinta-feira (31) que irá revelar à Polícia Federal a íntegra das conversas que teve com o tenente-coronel Mauro Cid relativas ao escândalo das joias. Wajngarten foi convocado para prestar depoimento à PF nessa mesma data, e se manteve em silêncio.
Como já atuou oficialmente como advogado de Bolsonaro, alegou a proteção do sigilo profissional para não falar aos federais e levou uma petição assinada pela OAB de São Paulo (Ordem dos Advogados do Brasil). No entanto, após a oitiva, resolveu falar com a imprensa. Ele alega que não participou do esquema.
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As conversas que ele prometeu revelar na íntegra ocorreram a partir do último mês de março, quando as primeiras informações sobre o escândalo das joias sauditas foram reveladas pelo Estadão.
À época, o Brasil tomava conhecimento que no final de 2022 um conjunto de joias, supostamente destinados à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e avaliado naquele momento em R$ 16,5 milhões, teria sido apreendido com o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após viagem para a Arábia Saudita, pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos. A partir daí o caso passou a ser milimetricamente apurado pela imprensa e, quando a curiosidade atingiu as autoridades, foi revelado que havia muito mais joias, e que, desviadas da União, seriam revendidas no exterior.
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O inquérito sobre o caso foi instaurado por Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal. Além de Jair e Michelle Bolsonaro, Wayngarten e Cid, toda a ajudância de ordens de Bolsonaro é investigada, assim como outras figuras próximas do ex-presidente, como o advogado Frederick Wassef.
Em um print compartilhado com a imprensa, o ex-Secom teria dito a Mauro Cid, em 9 de março, que as joias deveriam ser devolvidas “imediatamente”. Em seguida, desabafa: “É impressionante como ninguém pensa”.
Em outro print revelado previamente, ele teria mostrado a Cid uma reportagem da CNN Brasil em que a defesa de Bolsonaro anunciou a devolução das joias e comentou: “excelente”.
Preocupado com sua situação, Wajngarten acredita que conseguirá provar que não tinha relação com o escândalo e só teria tomado ciência dos fatos pela imprensa. No entanto, ainda não se sabe exatamente o que a PF pode ter contra ele, o que pode dificultar seu intento de ser desvinculado da, assim chamada, 'OrCrim de Bolsonaro'.