TERROR BOLSONARISTA

Abin de Heleno e Bolsonaro excluiu Lula de informes sobre "ação violenta de extremistas"

Informe em que a Abin fala de ação de extremistas de movimentos de deslegitimação do Estado e supremacistas brancos e neonazistas foi omitido do governo de transição às vésperas da posse de Lula.

Augusto Heleno, Jair Bolsonaro e Lula.Créditos: Carolina Antunes e Ricardo Stuckert / PR
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Sob o comando do general Augusto Heleno, ainda no fim do governo Jair Bolsonaro (PL), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) omitiu ao menos três informes sobre riscos de violência de apoiadores extremistas do gabinete de transição do governo Lula.

Segundo informações divulgadas por Guilherme Amado, no site Metrópoles nesta terça-feira (29), um dos relatórios que não foi enviado para conhecimento de Lula falava sobre "Perspectiva de ação violenta por atores extremistas no contexto da posse presidencial”, produzido em 27 de dezembro, dias antes do ex-presidente fugir para os EUA para não passar a faixa presidencial.

“Observam-se (…) iniciativas de espelhamento de movimentos originados no exterior e importação de agendas políticas e narrativas conspiratórias (…), o que eleva a preocupação em relação à ocorrência de incidentes como a invasão do Capitólio”, diz o texto, lembrando da invasão de apoiadores de Donald Trump ao legislativo nos EUA.

Segundo a reportagem, a Abin afirmava que os extremistas eram de "movimentos de deslegitimação do Estado e supremacistas brancos e neonazistas".

O relatório omitido do governo afirmava que poderia ocorrer:

  • atos de vandalismo e dano à propriedade pública e privada;
  • ação contra caravanas que chegam para a posse;
  • ataques contra opositores em diferentes pontos de Brasília;
  • conflitos pontuais entre grupos antagônicos, de forma não premeditada;
  • invasões ou bloqueios de prédios, espaços públicos e infraestruturas críticas;
  • invasão do espaço reservado para a cerimônia de posse e demais eventos; e
  • confronto contra forças de segurança.

Heleno e Bolsonaro também omitiram do governo de transição os informes “Indivíduos envolvidos em atos de violência em Brasília/DF” e “Ameaças contra aeroportos no contexto da sucessão presidencial”, ambos de 29 de dezembro, véspera da viagem do ex-presidente aos EUA.

Leia a reportagem na íntegra