O depoimento do general da reserva Augusto Heleno à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos instalada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nesta quinta-feira (1) foi eivado de mentiras, deboche, relativismo e revisionismo histórico.
Nos minutos finais de sua participação de mais de três horas na reunião do colegiado, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República do Governo Bolsonaro foi confrontado pelo deputado distrital Gabriel Magno (PT) com relação ao descaso e desrespeito que demonstrou à memória recente do Brasil.
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O parlamentar relembrou que a sociedade brasileira vivenciou um golpe militar em 1964 e uma tentativa de golpe em 2023.
"Em 1964 um golpe violento, que instaurou uma ditadura militar sangrenta no país que matou, sequestrou, torturou, desapareceu e perseguiu opositores durante 20 anos", relembrou. "O golpe e a tentativa de um golpe não é um sentimento, general, é um crime", prosseguiu Magno
"Isso é a sua versão! A história foi deturpada", reagiu Augusto Heleno interrompendo a fala do parlamentar.
Magno retomou a fala e rebateu o general: não se trata de uma visão pessoal, mas dos fatos, da história.
"A Ditadura Militar foi um atentado aos direitos humanos, contra os direitos políticos e contra os direitos físicos de brasileiros e breasileiras. Infelizmente esse país não puniu como deveria os torturadores e os assassinos da Ditadura Militar de 1964", finalizou.
O deputado petista registrou pelas redes sociais a sua indignação com a fala de Augusto Heleno.
Magno também protocolou uma moção de repúdio contra a fala de Heleno.
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Reação
O deputado distrital Fábio Félix (Psol) também reagiu com indignação à fala de Augusto Heleno em defesa da Ditadura Militar, que o ex-ministro de Bolsonaro chama de 'Movimento de 1964'.