8 DE JANEIRO

CPI dos Atos Antidemocráticos recebe Augusto Heleno

Ex-ministro do GSI do Governo Bolsonaro vai prestar esclarecimentos sobre sua atuação nos atos de vandalismo de 12 de dezembro de 2022 em Brasília ao Legislativo do DF

Créditos: Marcos Corrêa/PR - Augusto Heleno será ouvido pela CPI dos Atos Antidemocráticos em Brasília
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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos instalada na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) recebe nesta quinta-feira (1) o general da reserva Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República no Governo Bolsonaro, para depoimento marcado para às 10h.

A CPI dos Atos Antidemocráticos apura os atos terroristas ocorridos em Brasília no dias 12 de dezembro de 2022, quando bolsonaristas radicais promoveram vandalismo, destruíram e atearam fogo em carros e ônibus; e do dia 8 de janeiro de 2023, quando deflagaram atos golpistas e vandalizaram as sedes dos Três Poderes. 

Augusto Heleno já foi convocado pela CPI de Brasília para prestar depoimento no dia 19 de abril mas desistiu. Às vésperas, o ex-ministro entrou em contato com o presidente da CPI, Chico Vigilante (PT), para comunicar que não iria comparecer à oitivia.

Envolvimento de Augusto Heleno

O envolvimento do GSI de Augusto Heleno na organização de atos golpistas foi denunciado no dia 13 de dezembro com exclusividade pela Revista Fórum. Na reportagem do jornalista Henrique Rodrigues, um servidor da Polícia Federal (PF) lotado na Presidência da República, sob a condição de anonimato, acusou a pasta de estar por trás dos atos vandalismo de 12 de dezembro na capital federal.

Naquela data, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva era diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e inúmeros bolsonaristas espalharam violência, chamas e pânico por meio de uma ação coordenada que envolveu uma tentativa de invasão da sede da PF, bloqueio de vias expressas, queima de carros e ônibus e intimidações a cidadãos que estavam em locais públicos.

Na ocasião, a justificativa dos bolsonaristas para os atos de violência e vandalismo perpetrados em Brasília seria em resposta à prisão do indígena José Acácio Sererê Xavante, sob suspeita dos crimes de ameaça, perseguição e abolição violenta do estado democrático de Direito. A noite de 12 de dezembro foi uma prévia do terror do dia 8 de janeiro.

O GSI respondeu à matéria da Fórum no dia 14 de dezembro com nota intimidatória, na qual classificou “as acusações publicadas não têm qualquer ligação com a verdade e foram plantadas por uma ‘fonte’ desqualificada e mentirosa”. A resposta foi até postada pelo general Heleno no seu perfil no Twitter.

Agora, Heleno abriu mão da oportunidade de prestar contas sobre o envolvimento de agentes chefiados por ele no acampamento golpista na porta do QG do Exército em Brasília. Essa presença, inclusive, foi monitorada pelo Serviço de Contrainteligência da PF, setor que atua na prevenção, identificação e neutralização de ações promovidas por grupos ou organizações que ameacem a segurança do Estado e da sociedade brasileira.

Calendário da CPI em junho

  • 5 de junho, 9h: coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, PMDF
  • 5 de junho, 15h: coronel Paulo José Ferreira de Souza Bezerra, PMDF
  • 15 de junho, 10h: 15 de junho: general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI
  • 22 de junho: Alan Diego dos Santos, um dos acusados de envolvimento no plano de um atentado a bomba perto do aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro de 2022, preso na Papuda
  • 29 de junho: comandante-geral da PMDF, coronel Klepter Rosa Gonçalves.